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A natureza ameaçada

Da coluna Ponto Final, por Carlos Damião (ND, 26/08/2010)

Um número cada vez maior de leitores tem encaminhado a esta coluna denúncias sobre favelização em pontos ambientalmente importantes da Ilha de Santa Catarina. Há algumas semanas, publiquei aqui o alerta de um leitor sobre a destruição de um morro em Ingleses, promovida por ocupações humanas. Ontem, mencionei o caso da Lagoa do Peri, onde há construções irregulares em ritmo acelerado, além do caso do Poção, no bairro Córrego Grande.

Hoje, mais dois leitores comparecem com observações importantes sobre a escalada da destruição na Ilha de Santa Catarina. Bernardo Torres aponta problemas graves na região de Naufragados, um paraíso isolado no extremo Sul da ilha. E Fernando Silva também alerta para o caso do Poção: “É exatamente o mesmo processo que deu origem ao Alto do Caieira e à Serrinha, apinhados humanos em áreas de risco, consolidados com o beneplácito das autoridades municipais”.

E faço minhas as palavras finais de Fernando: não resta dúvida que o poder público perdeu o controle sobre qualquer tipo de ocupação irregular na cidade.

Agressão

O que está havendo em Naufragados, segundo o leitor Bernardo Torres, é a presença de posseiros, que montam restaurantes, sem qualquer condição de higiene. Há também casebres plantados no meio daquele espaço, com criação de animais que prejudicam a qualidade da praia. Naufragados sempre foi um dos recantos mais importantes do Sul da Ilha. Nas décadas de 1960 e 1970 era o paraíso dos turistas mochileiros.

Mananciais

Na esteira dessas denúncias sobre ocupações irregulares, o Tribunal de Contas do Estado está notificando a Casan, por conta da falta de ações de proteção dos mananciais de água que abastecem Florianópolis. Governo do Estado, Casan e prefeituras a protegerem os mananciais e também os aquíferos. O problema é que as reservas naturais de água estão sendo ameaçadas justamente pelas invasões humanas, que se multiplicam pela região, sem qualquer controle público.

Olho na água

E a questão da água servida à população da Grande Florianópolis não está restrita a ações do Tribunal de Contas. Ontem, o juiz Hélio do Valle Pereira concedeu liminar a ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público de Santa Catarina, que determina à Casan a adoção de medidas para corrigir e adequar os serviços de captação, tratamento e distribuição de água potável na região da Capital.

Salvem o Araújo

Ambientalistas de São José estão apelando ao poder público, e à própria população, para que seja realizado um trabalho de prevenção e descontaminação do Rio Araújo, importante manancial do município cuja qualidade está comprometida pelo lançamento de óleos combustíveis e outros elementos poluentes.

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1 Comentário

  1. Carlos disse:

    Cade aqueles que sempre se opoem à construçao de marinas, estaleiros, resortes?

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