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24/03/2010
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24/03/2010

Metrô de superfície é visto como uma das soluções para melhorar o trânsito

Metrô de superfície é visto como uma das soluções para melhorar o trânsito pelos próximos 30 anos
Diário Catarinense – Você é só um sonho?
Metrô de Superfície – Mais ou menos.
DC – Como assim? Você pode se tornar realidade?
Metrô – Foi lançado um edital em dezembro de 2009. A Se­cretaria de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis está fazendo a análise técnica das propostas apresentadas por quatro consórcios de empresas. Alías, o secretário Valter Gallina me prometeu que assina a ordem de serviço hoje, dia de aniver­sário da cidade. Daí já começo a deixar de ser um sonho, né!
DC – E quando é que você sai do papel, então?
Metrô – A previsão é de seis meses para fazer os estudos de viabilidade técnica, ambiental e econômica e seis meses para o projeto mesmo. Os estudos vão dizer por onde eu posso passar e o que tem que ser feito de alteração no trânsito para isso, quan­tas áreas teriam que ser desapropriadas, os tipos de licenciamen­to, quais órgãos ambientais precisam aprovar, essas coisas. E a viabilidade econômica, que vai apontar se sou viável financei­ramente. Porque de nada adianta eu passar bonitinho por aí e custar R$ 10 a passagem.
DC – Quer dizer que você pode não sair?
Metrô – Tem esse risco. Se o estudo disser que a Grande Flo­rianópolis não me comporta ou que tecnicamente a implantação seria complicada, e isso se refletiria no meu custo, daí eu nunca vou existir. Mas os técnicos da secretaria não acreditam nisso.
DC – E a Grande Florianópolis realmente comporta um metrô?
Metrô – Não comporta. Mas eu não sou exatamente um me­trô. Sou chamado de “metrô leve”, porque tenho uma estrutura menor e mais maleável. Os meus pontos não são muito diferen­tes dos de um ponto de ônibus. Um metrô carrega pelo menos 40 mil pessoas por hora e tem as estações bem espaçadas. Nas horas de pico, chega a levar 80 mil pessoas por hora. Esse mo­delo realmente não nos serve. Eu carrego entre 15 mil e 30 mil pessoas por hora e me integro com alguma facilidade às vias pú­blicas que existem. Para comparar, um ônibus normal leva umas 5 mil pessoas por hora.
DC – Tá, mas não tem um prazo mais definido?
Metrô – Depois de pronto o projeto, é só começar as obras. O tipo de metrô escolhido é que vai determinar quanto tempo de­mora. A Secretaria Regional trabalha com um prazo de 20 meses.
DC – Por onde você vai passar?
Metrô – Este é outro ponto que ainda não está definido. Mas existe uma ideia básica de que eu devo sair do Mercado Público, atravessar a Ponte Hercílio Luz e ir até Barreiros, em São José. Quando eu digo básica, é básica mesmo. Tudo isso depende dos estudos de viabilidade técnica, ambiental e econômica. Por exem­plo, posso ser construído na Beira-Mar, ligando o Continente ao Bairro Trindade.
DC – Quando você estiver funcionando, vai esvaziar os ônibus?
Metrô – De jeito nenhum! Eu não quero concorrer com os ônibus. Os ônibus são meus aliados. Quero concorrer com os car­ros. Hoje, 150 mil veículos cruzam as pontes diariamente. Se eu tirar 25% desses carros, imagina a diferença?
DC – Quanto você vai custar?
Metrô – A estimativa é a de que eu custe R$ 300 milhões.
DC – De onde vem esse dinheiro?
Metrô – Do governo do Estado e da iniciativa privada.
DC – Você ainda não nasceu, mas já pensa em ter filhos?
Metrô – Imagino um metrozinho indo dali do Centro para a UFSC, pela Beira-Mar Norte. De lá, ele iria até o aeroporto e de volta ao Centro, pela Via Expressa Sul. Vejo outro, mais para fren­te, indo do Mercado Público até o Centro Adminitrativo, no Saco Grande. E os caçulas passando pelos municípios da Grande Floria­nópolis, as praias do Sul e do Norte da Ilha, quando eu já for um velho conhecido dos catarinenses. Afinal, a minha vida útil é de 30 anos.
Mais
:: VLT É um pequeno trem urbano, geralmente movido a eletricidade. Seu tamanho permite que sua estrutura de trilhos se encaixe no meio urbano existente.
:: Pioneiro O primeiro VLT no Brasil operou em Campinas, em São Paulo, de 1990 e 1995. Ele foi desativado porque suas linhas eram pouco usadas. O planejamento do sistema foi considerado inadequado, pois as estações tinham poucas integrações.
:: Projeto Atualmente, existem projetos para o VLT em Brasília, Alagoas e Santa Catarina. Ceará conta com uma linha entre as cidades de Crato e Juazeiro do Norte.
(DC, ClicRBS, 19/03/2010)

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