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Em seis anos, trânsito mata 5,1 mil em SC

TRECHOS CRÍTICOS: BR-101 foi a rodovia que mais registrou acidentes com morte de pessoas no período analisado

Um levantamento feito pelo DC com base em números fornecidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv) mostra que, entre 2004 e 2009, 5.143 pessoas morreram em acidentes de trânsito nas rodovias que cortam Santa Catarina.

É como se a população inteira de uma cidade como Águas Mornas, na Grande Florianópolis, desaparecesse. Ou como se 103 ônibus com 50 lugares se acidentassem matando todos os passageiros.

Entre as 96 rodovias estaduais patrulhadas pela PMRv, a que mais registrou mortes entre 2004 e 2009 foi a SCT-283, entre Concórdia e Itapiranga, no Oeste (detalhes no quadro ao lado). Mas a corporação considera a SC-401, por critérios como a frequência e a gravidade dos acidentes, a mais perigosa do Estado. Há seis anos ela está no ranking das 20 estradas mais perigosas de Santa Catarina.

A SC-401 dá acesso a praias movimentadas no Norte da Ilha, como Canasvieiras e Ingleses. O único trecho duplicado vai do Itacorubi até Jurerê. Tem aproximadamente 13 quilômetros. Outros sete ainda estão em pista única, segundo o Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra).

A PMRv tem tentado frear o número de acidentes com repressão. Busca coibir o excesso de velocidade com radares móveis. De acordo com a corporação, batidas de frentes são os acidentes mais comuns no trecho.

Do total de mortes, 3,2 mil foram em rodovias federais

Entre as rodovias federais, a BR-101 lidera em número de mortes. Das 3,2 mil pessoas que morreram nesse tipo de estrada, 1,3 mil se acidentaram na 101. Entre 2004 e 2009, foram registrados na rodovia 15,5 mil acidentes com feridos.

(DC, 28/02/2010)

TRECHOS CRÍTICOS: Vai atravessar? Pode ser mortal

Lista dos 15 trechos mais perigosos do país traz três pontos de Santa Catarina. Neles, por causa da proximidade com áreas urbanas, o pedestre é quem mais se arrisca.

O rapaz que corre para atravessar a BR-101 entre Itajaí e Balneário Camboriú não quer conversar. Ele tem pressa. Quer chegar ao outro lado da pista vivo. Sua missão é arriscada porque o trecho é o mais crítico do Estado e o segundo pior do país, segundo um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Divulgado neste mês, o estudo coloca outros dois pontos do Estado entre os 10 piores do país: o trecho da BR-101 entre São José e Palhoça, e a BR-282, que dá acesso a Florianópolis.

Juntos, os três locais citados no ranking registraram 58 acidentes com mortes no ano passado. Trinta e dois foram atropelamentos – quatro deles envolveram ciclistas.

Os três pontos do Estado têm duas características em comum: cortam cidades que se desenvolveram às margens das rodovias, e têm pistas duplicadas, onde são registrados com frequências abusos de velocidade.

A assistente de importação Joana Liberato, 23 anos, passa pela BR-101 Norte todos os dias. Ela mora em Itapema e trabalha em Itajaí. Joana considera horrível transitar pela rodovia.

– Eu vejo muitos acidentes e qualquer batida para tudo. Tem muito carro para pouca pista. Vejo motociclistas imprudentes que ultrapassam pela direita. Dia desses cheguei 20 minutos atrasada porque um carro bateu atrás do outro. E olha que eu sempre saio com antecedência.

O fantasma do atropelamento está em vários pontos da rodovia. O ajudante de caminhoneiro Billy Peres, 33 anos, já foi atropelado na BR-101. Ele tem um amigo que também foi atropelado na pista e uma prima que morreu tentando atravessar a rodovia. Mesmo assim, ele insiste em cruzar as quatro faixas na região do Bairro Barreiros, em São José.

– Já vi muitos acidentes e muitas pessoas ainda vão morrer enquanto novas passarelas não forem construídas aqui. Eu tenho que atravessar para trabalhar. Todos os dias faço isso. O que eu posso fazer? – pergunta.

O presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito (Monatran), Roberto Bentes de Sá, diz que pedestres e motoristas devem ficar atentos no trânsito:

– Quase todos os atropelamentos e a metade dos demais acidentes ocorrem perto de cidades. Muitas vezes, os pedestres estão distraídos. Mas os motoristas também deveriam redobrar os cuidados quando trafegam por um trecho urbano.

O levantamento da PRF levou em conta o número de mortes para definir os pontos mais críticos do país. Foram analisados trechos de 20 quilômetros.

(Por Nanda Gobbi e Vanessa Campos, DC, 28/02/2010)

Faltam passarelas no trecho

O crescimento das cidades às margens das rodovias exige mudanças nos equipamentos de segurança, como passarelas e lombadas eletrônicas.

O trecho na BR-101 entre Itajaí e Balneário Camboriú, o pior do Estado, segundo a Polícia Rodoviária Federal, não tem nenhuma.

Das 39 passarelas previstas no contrato da Autopista Litoral Sul, concessionária que administra o trecho Norte da rodovia desde fevereiro de 2008, nenhuma foi executada. Neste ano, a empresa prevê a construção de nove. Mas os locais ainda não estão definidos.

A assessoria de imprensa da Litoral Sul informou que, para 2010, está prevista a conclusão de uma via marginal de dois quilômetros em Camboriú.

Em Florianópolis, uma das obras mais importantes para aliviar o trânsito é a construção de mais quatro faixas na Via Expressa, que liga a cidade à BR-101. Mas não há previsão para o início.

O processo licitatório ainda está em andamento. A empresa que vencer a concorrência deve ser anunciada até abril. A partir daí, ela terá um ano para apresentar o projeto, com os prazos.

Por dia, uma média de 110 mil veículos passa pela Via Expressa. É um dos fluxos mais altos do Estado, segundo a Polícia Rodoviária Federal.

Outra obra importante para desafogar o trânsito na região é o chamado contorno de Florianópolis, no entroncamento da Via Expressa com a BR-101.

De acordo com a concessionária, o projeto ainda está sendo avaliado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pode sofrer alterações.

Todo o cronograma de obras da Autopista Litoral Sul está sendo renegociado com a ANTT. Isso porque a concessionária alega investimentos não previstos, como a recuperação das encostas por causa dos deslizamentos de terra que ocorreram com as chuvas de 2008.

(DC, 28/02/2010)

TRECHOS CRÍTICOS: Especialista prega educação

O professor Glicério Triche, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), diz que não são só vias marginais, viadutos e passarelas que faltam nas rodovias federais do Estado. Motoristas e pedestres precisam ter educação.

– Os equipamentos de segurança não acompanharam o crescimentos das populações que vivem às margens das rodovias – diz.

O chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, Leandro Andrade, concorda com Glicério. Ele explica que menos de 5% dos acidentes com mortes são provocados pela má conservação do veículo ou da rodovia.

– A maioria dos acidentes tem como principal responsável o próprio motorista. Os números também apontam que, ao contrário do que se pensa, a maioria dos acidentes acontece nas retas, onde o motorista se sente mais confiante para realizar manobras indevidas e cometer abusos na direção.

“No Brasil, a preferência nunca é do pedestre”

O presidente do Movimento Nacional de Educação no Trânsito, Roberto Bentes de Sá, defende o uso de redutores de velocidade nos trechos federais perto de perímetros urbanos e melhorias na sinalização para evitar acidentes.

– O que importa é a vida. A segurança das pessoas vale mais do que um trânsito fluindo. O correto é que passarelas fossem instaladas a cada 500 metros. Mas no Brasil a preferência é para o veículo, nunca para o pedestre – lamenta.

Não é difícil compreender por que tantas pessoas morrem atropeladas no Estado. Atravessar uma rodovia é uma missão arriscada. O professor de física da UFSC Jorge Luiz Cunha da Silva, calcula que, para atravessar uma rodovia duplicada, com cerca de 15 metros, é preciso garantir uma distância mínima de 150 metros do carro. Isso se ele estiver trafegando a 100 km/h.

O presidente do Monatran não se prende a contas. Prega a atenção:

– O maior motivo de atropelamento é a distração. As pessoas perdem a noção de tempo e espaço. No caso dos idosos, eles não calculam bem a velocidade necessária para atravessar.

(DC, 28/02/2010)

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