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11/09/2009
O avanço de um equívoco
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Tecnologia contra o crime

Data de 2002 a instalação das primeiras câmeras de monitoramento, pela Polícia Militar de Santa Catarina, nas ruas centrais de Florianópolis, na tentativa de reduzir a incidência de crimes principalmente furtos e assaltos a estabelecimentos comerciais naquela área. Salvo melhor juízo, esta terá sido a primeira utilização, no Estado, de equipamentos tecnológicos de ponta para reforçar a segurança da população diante do avanço inexorável da violência e da criminalidade nos maiores centros urbanos catarinenses. Deu certo. Segundo o último levantamento que foi divulgado pela corporação, no final do primeiro semestre deste ano, a incidência de delitos na mais movimentada área da Capital foi 75% menor do que a registrada no início da década. Cerca de 60 câmeras hoje cobrem, 24 horas por dia, mais de 30 ruas e avenidas, pelas quais se movimenta um contingente superior a 200 mil pessoas. Vale sempre lembrar que, ao incorporarem ao seu cotidiano as inovações tecnológicas, as forças de segurança compensam, pela prevenção, ao menos em parte, a crônica escassez de recursos humanos, podendo, ainda, redirecionar os disponíveis para as tarefas de enfrentamento direto no combate aos marginais, especialmente ao crime organizado.

Repita-se, ainda, que as forças de segurança precisam atuar com rapidez, inteligência e determinação cada vez maiores para encarar com eficiência o crime organizado, que também incorporou inovações tecnológicas às suas atividades, de armamentos de última geração a sofisticados sistemas de comunicação. Impende reconhecer, infelizmente, que, apesar de todos os esforços das autoridades, a marginalidade, especialmente aquelas modalidades diretamente vinculadas ao narcotráfico, que parece dispor de recursos ilimitados para cooptar e corromper, está levando a melhor. E isto ocorre, não só no Estado, quanto no país e nas Américas.

Recentes estudos indicam que o crime e a violência no Brasil, até recentemente concentrados nas capitais e nos grandes aglomerados urbanos, alastram-se pelo interior e por pequenas cidades, deixando um rastro de mortes e de prejuízos econômicos. Sequestros, assaltos a bancos e outros delitos, com uso de violência extrema, ocorrem com frequencia cada vez maior em cidades pequenas que, até recentemente, eram oásis de paz, como mostrou o Mapa da Violência nos Municípios Brasileiros 2008, lançado em julho. Algumas dessas cidades chegam a ultrapassar cem homicídios por 100 mil habitantes, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera “zonas epidêmicas” aquelas que apresentam taxas superiores a 10 assassinatos por 100 mil moradores. Em geral, as taxas mais alarmantes são constatadas em áreas que não contam com a presença do Estado, através de equipamentos e serviços públicos essenciais ao bem-estar da população. A questão é complexa, envolve muitos componentes, e até hoje não foi estudada no seu todo. A promessa de um política nacional de segurança ficou nisso mesmo: na promessa.

Enquanto isso, é preciso reforçar as polícias Civil e Militar, dotá-las de efetivos humanos mais numerosos e capacitados; e equipá-las à altura da espinhosa e perigosa missão de proporcionar um mínimo de segurança à sociedade acossada. Esta é uma guerra. E temos que mobilizar todos os recursos para vencê-la.

(Editorial, DC, 11/09/2009)

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