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Carnaval sem mortes

Número de vítimas fatais nas estradas e ruas catarinenses servirá como base para nova campanha do governo federal
No mês da folia do Carnaval, sinônimo também de tragédias ao volante, mais uma campanha nacional de trânsito é lançada no país para conter o trágico número de mortes. Mas se o mês é de festa, Santa Catarina não tem o que comemorar. O Estado onde morre mais gente no trânsito proporcionalmente à população vai embasar a campanha do governo federal.

A liderança indesejada foi conhecida ainda no final do ano passado, com base em dados estatísticos de 2006, segundo pesquisa do Ministério da Saúde, mas continua desafiando motoristas e autoridades quando o assunto é uma solução para a perigosa e triste marca.

O Carnaval é considerado o período mais crítico pelas autoridades locais. No feriadão do ano passado (cinco dias) foram 22 mortos no Estado. Destes, 15 perderam a vida em BRs, índice que colocou SC em segundo lugar na lista de mortes do Brasil durante os dias de festa, atrás apenas de Minas Gerais – onde está concentrada a maior parcela da malha viária nacional –, com 19 mortes.

O governo federal lançou um apelo ao respeito às leis, engajando os ministérios da Saúde e das Cidades e o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) com a campanha “Por você e pelos outros: respeite as leis de trânsito”. Serão mostradas nas cidades e meios de comunicação cenas e situações de imprudência nas rodovias e vias urbanas que originaram acidentes.

Na pesquisa em que Santa Catarina aparece no topo do ranking de mortes em acidentes, a taxa de mortos é de 31,7 por 100 mil habitantes. Em segundo está o Mato Grosso do Sul, com 29,8 por 100 mil habitantes.

Estão incluídos todos os tipos de acidentes de transportes terrestres. Constam, por exemplo, vidas perdidas em acidentes com motos e atropelamentos.

Na manhã de ontem, a morte do pedreiro João Batista Dorneles, 48 anos, acidentado com uma motocicleta emprestada na rodovia Evádio Paulo Broering (SC-433), em Palhoça, na Grande Florianópolis, mostrou uma cena que tem se tornado banal no Estado. João perdeu a direção em uma curva e bateu numa árvore. A mulher, Ivanira Terezinha Jurguelewcz, 48, tentava descobrir a maneira menos dolorosa de dar a notícia aos dois filhos do casal.

A cada dia desse ano, um sentimento como esse bateu à porta de pelo menos uma família em solo catarinense. Já morreram no trânsito do Estado, do dia 1º de janeiro até ontem, pelo menos 49 pessoas em rodovias federais e estaduais, segundo a Polícia Rodoviária Federal e Polícia Militar Rodoviária. Fazendo as contas, é mais de uma morte por dia.

Uma série de fatores faz entender um pouco a dimensão da matança sobre rodas ou de pedestres que assusta os catarinenses.

– Santa Catarina é corredor de transportes, Estado turístico, mas também tem o fator comportamental. Cada indivíduo deve assumir a responsabilidade sobre a sua vida e a dos demais. Não adianta só a fiscalização. Prova disso é que o número de multas só aumenta cada vez que a fiscalização cresce – observou a coordenadora de Convênios de Trânsito e Registro Nacional de Infrações do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/SC), Graziela Maria Casas Blanco.

Fiscalização deve ser rigorosa no feriado

O Detran revela que o excesso de velocidade e as ultrapassagens indevidas estão por trás das principais infrações cometidas por motoristas e diretamente ligadas aos acidentes e às mortes. Água na pista também representa ameaça. O capitão Fábio José Martins, da Polícia Militar Rodoviária, afirmou que 74% dos acidentes ocorridos nas SCs em 2008 foram em dias chuvosos.

– O brasileiro se acostumou à cultura de não seguir as regras – criticou o capitão, ao culpar o excesso de velocidade pelas saídas de pistas em dias de chuva nas rodovias.

O superintendente da Polícia Rodoviária Federal em Santa Catarina, inspetor Luiz Ademar Paes, reconheceu o que o Carnaval é um feriadão considerado crítico no trânsito do Estado. Além do movimento intenso, comum da temporada, há o consumo de álcool.

Segundo Paes, a lei seca diminuiu em 24% o número de mortes nas rodovias federais de SC desde que entrou em vigor (20 de junho de 2008 a 3 de fevereiro de 2009) em comparação com o mesmo período sem a existência da medida. Mas a quantidade de acidentes aumentou 7% esse ano nas BRs do Estado.

(Diogo Vargas, DC, 05/02/2009)

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