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Cesar Junior defende pressa sobre novo Plano Diretor e critica “minoria ruidosa”

Artigo de Cesar Souza Junior, Prefeito de Florianópolis (DC, 08/12/2013)

Por que a pressa? Essa tem sido uma pergunta recorrente nesta fase final de aprovação do novo Plano Diretor. Não basta o paroxismo de sete anos e mais de 1,5 mil audiências públicas, não basta Florianópolis estar entre os 5% de municípios que não têm um Plano Diretor ajustado ao Estatuto das Cidades, não basta o crescimento selvagem dos últimos anos. Se tudo isso não basta para uma pequena, porém ruidosa, influente e poderosa minoria, procurarei de maneira breve reiterar o por quê da determinação em aprovar a nova lei.

O plano atual é completamente defasado. Separa a cidade por zonas exclusivas ; está desconectado da realidade, considerando áreas verdes bairros inteiros já consolidados; não protege nossa natureza e patrimônio histórico; permite um futuro caótico; deixa na ilegalidade mais de 25 mil pequenos negócios e empreendedores individuais; não protege áreas para a habitação popular; ignora estudos e obras compensatórias para mobilidade urbana em empreendimentos geradores de tráfego; não prevê centralidades nos bairros; ignora o potencial náutico; permite o parcelamento urbano predatório, entre outros vários problemas.

O plano atual faz muito mal a Florianópolis. Mas faz muito bem a alguns grupos. Fico entristecido em ver pessoas se insurgirem sem ler nada do projeto, com a ausência de propostas realistas, com a vaidade doentia, com a pueril atitude contestatória que nada constrói, com o vil interesse travestido de empreendedorismo. Mas para estas minorias que preferem a eterna discussão à construção de soluções reais e possíveis, tenho uma novidade: a cidade cansou disso. Recente pesquisa independente é categórica: 80% da população quer o novo plano. O desafio agora é fazer esta lei ser cumprida de fato. Para isso, autorizamos concurso público para 100 novos colaboradores arquitetos, urbanistas, geólogos, engenheiros e fiscais.

Agradeço o apoio da imensa maioria que ama a cidade e quer vê-la cada vez mais linda, sustentável e humana. Esse desafio não é só meu ou deste governo. Que todos nos adaptemos, nos conscientizemos e porque não, nos fiscalizemos mutuamente. O envolvimento de todos em defesa da cidade, é nisto que devemos depositar nossas energias. Que nossa paixão por Florianópolis seja canalizada para ações concretas e não para debates intermináveis, conflitivos e frequentemente estéreis.

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