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Chuva causa tensão em morros da Capital

“Cada chuva um pouco mais forte deixa todo mundo tenso e nervoso”, diz o líder comunitário do morro do Mocotó, Laudemar (Lalo) Bettencourt, enquanto mostra as ameaças que continuam pairando sobre a sede do Grêmio Recreativo local, onde cerca de 120 crianças realizavam atividades de dança, pintura, capoeira e reforço escolar. “Tivemos que desativar a sede para não deixar as crianças em situação de perigo”, salienta.

O temor constatado no morro do Mocotó é semelhante ao que domina os moradores de outras áreas de risco, como o Alto da Caieira e outras comunidades do Maciço do Morro da Cruz, onde existem vários pontos com riscos de deslizamento. “O muro para conter o barranco não foi terminado e existem problemas de infiltração, o que pode desestabilizar a proteção”, salienta Lalo. Foram essas infiltrações que fizeram o muro tombar, felizmente para o lado contrário da sede da União do Mocotó.

Enquanto o problema não é resolvido, todas as atividades no local continuam suspensas. “Além de mandar as crianças para casa, deixamos de executar outros projetos para envolver a comunidade”, lamenta Lalo. Por outro lado, diversas árvores cujos galhos podem cair sobre dezenas de casas não foram retiradas. “Pedimos que elas fossem cortadas, mas não tivemos sucesso e elas continuam ameçando as residências”, complementa o líder comunitário do morro do Mocotó.

Nas comunidades de Santa Vitória e Nova Trento e nos morros do 25 e do Horário, na região do bairro Agronômica, “os serviços que nós solicitamos foram todos executados”, destaca o presidente do Conselho Comunitário local, João Batista dos Santos. “Na semana passada, realizamos uma vistoria nesse locais e verificamos que todas as obras prometidas foram executadas”, salienta. “Mas isso não significa que as pessoas não continuem preocupadas, pois com chuvas prolongadas os estragos podem acontecer”, explica Santos.

O coordenador-geral da Comissão Municipal de Defesa Civil (Comdec), Francisco Cardoso, disse ontem que as obras de contenção de encostas na região do Maciço do Morro da Cruz estão sendo executadas pela Secretaria Municipal de Obras, em parceria com a Secretaria de Habitação, que promove um programa de retirada de famílias residentes em áreas de risco. Com relação do corte de árvores, a responsabilidade foi repassada a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram).

(Celso Martins, A Notícia, 20/02/2007)

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