Apesar da presença de fiscais cuidando do Parque da Lagoa do Peri, as encostas dos morros em volta da maior reserva de água doce visível da Ilha de Santa Catarina continuam a ter problemas. Elas estão sendo constantemente invadidas por pessoas em busca de bromélias, orquídeas, palmito e caça, além de pescadores que teimam em lançar e recolher suas redes à noite, aproveitando a escuridão. “Não faz muito tempo flagramos um sujeito que estava recolhendo orquídeas e bromélias para uma floricultora de Florianópolis”, disse o coordenador de Implantação e Manejo da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) e administrador do Parque da Lagoa do Peri, Marcelo Ferreira.
Para chegar aos pontos autorizados de pesca com caniço na Lagoa do Peri, os pescadores abrem caminhos na mata, “deixando trechos das margens expostos, onde ocorrem desbarrancamentos em tempos de chuva”, acrescentou a estagiária da Floram Jamile Pires. “Isso está aumentando o assoreamento da lagoa, além da grande quantidade de lixo que essas pessoas deixam”.
Problemas não são exclusividade da Lagoa do Peri. As demais lagoas existentes na Ilha, a da Conceição, Pequena, da Chica, do Leste e Lagoinha também passam por situações de degradação. A da Conceição esteve ameaçada pela contaminação com esgotos, levando a uma grande mobilização da comunidade. Recentemente, a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) ampliou a estação de tratamento de dejetos gerados na região, enquanto constrói outra na Barra.
A rede de coleta na Costa da Lagoa está pronta, faltando a transferência do esgoto até a estação da Barra da Lagoa. Na região do Canto da Lagoa foram iniciados os trabalhos de implantação da rede coletora. Isso vai beneficiar principalmente o trecho sul da Lagoa da Conceição, menor que a do lado norte, onde os lançamentos de matérias orgânicas em excesso (detergentes, esgotos e outros), levou à proliferação descontrolada de algas. Seguem como ameaca ainda o assoreamento, principal problema, e o descarte de metais pesados presentes na tinta das embarcações e no combustível dos motores.
A Lagoinha do Leste, no Sul, com apenas um morador temporário, só pode ser acessada por meio de trilhas que partem do Pântano do Sul e da Armação. A Lagoinha localizada no Norte, por outro lado, está cercada pela urbanização, mesmo problema que ameaça a Lagoa da Chica, no Campeche, onde se localiza a Lagoinha Pequena.
Plantas nativas são produzidas para substituírem eucaliptos
Dinarte Vigano, 64 anos, há 13 trabalhando no Parque da Lagoa do Peri, é um dos que atuam no projeto de substituição dos eucaliptos por espécies nativas na área das churrasqueiras. “Estamos plantando mudas de pitanga, maria-mole, marmeleiro, forteira e baga-de-pombo e outras que são da região”, destacou.
As mudas estão sendo produzidas num horto, em fase de implantação, pelo projeto Eco-aprendizagem, desenvolvido com o apoio da Eletrosul e do Banco do Estado de Santa Catarina (Besc). “Nosso trabalho visa principalmente as crianças das escolas da comunidades próximos, além da unidade local de saúde, com o fornecimento de plantas medicinais”, explicou a agrônoma Jussara Ferreira. Entre as medicinais estão orégano, capim-limão, bálssano, menta, guaco, losna, sálvia, espinheira-santa e boldo, entre outras.
“As mudas de plantas nativas serão fornecidas ao próprio parque e às pessoas interessadas”, disse Jussara, que também inicia o plantio de hortaliças. No pátio da sede administrativa do Parque já podem ser vistas as dezenas de mudas que, no futuro, vão substituir totalmente os eucaliptos, garantindo a continuidade da sombra para os que usam as instalações, principalmente as churrasqueiras.
Aliás, um grosso tronco de eucalipto está sendo esculpido pelo artista Marcelo Salles, de 24 anos, onde já se destacam as imagens de um jacaré, uma cobra, uma lontra e uma coruja, faltando surgir a de um graxaim e outros bichos. “Será o totem Fauna do Parque, com bromélias e orquídeas, visando a consciência ambiental. Haverá uma placa indicando que as pessoas não podem levar as bromélias e orquídeas, apenas fotos”, explicou o administrador do Parque, Marcelo Ferreira.
Estudante de Agronômia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Jamile Pires, de 23 anos, atua num projeto de educação ambiental com o uso de uma maquete da Ilha de Santa Catarina e continente próximo. “Com ela é possível mostrar ao visitante a localização e relevo da Lagoa do Peri, situada dois metros acima do nível do mar”, disse Jamile. “Isso ajuda a chamar a atenção para a necessidade de preservação da lagoa e da floresta que existe em volta dela”, complementou.
Área para trabalho e lazer
Há cada dez ou 20 dias o funcionário público Ricardo Hubner, de 34 anos, pega a sua cortadeira movida a diesel e percorre o gramado junto à Lagoa do Peri aparando e recolhendo as sobras, deixando o espaço limpo para os freqüentadores do Parque. Lotado na Secretaria de Finanças e à disposição da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), Hubner também é usuário da unidade de conservação que abriga a maior lagoa de água doce da Ilha de Santa Catarina.
“Nos fins de semana eu trago meu filho e às vezes venho com ele e a esposa almoçar no restaurante do parque”, explicou. Ontem de manhã, ele iniciava mais um fase de corte do gramado natural que sustenta as margens da lagoa. Por causa da seca, a água está distante cerca de seis metros, revelando uma praia com areia fina e branca. “É resultado da estiagem”, explicou o administrador do Parque da Lagoa do Peri, Marcelo Ferreira.
Saiba mais
Lagoa da Chica (Campeche)
n Com espelho dágua de 4,6 hectares, foi tombada pelo decreto municipal número 135, de 1988. A proteção inclui uma faixa de 50 metros em sua volta – que não é respeitado.
Lagoinha Pequena (Campeche-Rio Tavares)
Protegida pelo decreto municipal número 135/88, com área de 27,5 hectares. Segundo o Plano Diretor dos Balneários (1985), seu entorno é uma Area Verde de Lazer (AVL).
Lagoinha do Leste (Pântano do Sul-Armação)
Está numa unidade de conservação criada em 1992 (lei número 4.701), com área de 480,5 hectares. Seu espelho dágua possui 1,25 quilômetro de extensão.
Lagoa do Peri (Armação)
O parque com 2.030 hectares foi criado pela lei número 1.828 de 1981 e regulamentado pelo decreto municipal 091/82. Possui uma bacia de contribuição de 20,1 quilômetros quadrados, onde a Casan capta cerca de 200 litros por segundo desde 2000, abastecendo as regiões Sul e Leste da Ilha.
(Celso Martins, A Notícia, 06/06/2006)
http://portal.an.uol.com.br/ancapital/2006/jun/06/1ger.jsp
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1 Comentário
É a população é sempre a culpada!!! em primeiro lugar quem faz esse tipo de comentário normalmente não deve ter nascido aqui, a Casam com a ajuda de “biologos” da UFSC construirão suas sedes na parte mais fragil da lagoa do peri onde o mar está mais proximo da lagoa..ha e lembrando ainda que produto é aquele que a casam jogo no rio??? e pra completar ainda tem a sede do parque que só serve pra encher os bolsos da prefeitura porque no verão a sujeira é total, e aquela torre?? não entendi muito bem pra que serve não?? só sei que gastaram muito destruirão algumas arvores… e agora a população é quem destrói? só sei que o sul da ilha tá cheio de problemas e a ilha inchando cada vez mais.. quem precisa de mais gente sujando nossas praias tumultuando nosso transito, destruindo o nosso verde acabando com a nossa paz acho que chega de hipocrisia e bla..bla..bla!!!