Entidades reagem à decisão de fechamentos em Florianópolis: “incoerente e injusta”
24/06/2020
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Restrições em Florianópolis seriam melhores caso acompanhadas de compensação financeira

Da Coluna de Renato Igor (NSC, 23/06/2020)

As restrições que passam a valer a partir desta quarta feira (24), em Florianópolis, vão punir quem se preparou, treinou funcionários, investiu e estava respeitando os protocolos sanitários. A maioria do comércio, bares e restaurantes está atuando dentro da norma. O fim de semana, considerado uma “piada”​ pelo secretário municipal de saúde, Carlos Alberto Justo da Silva, apontou aglomerações, principalmente em praias, parques, calçadões e grupos de amigos.

O problema maior, na capital, não foi o desrespeito às regras nos estabelecimentos formais, mas sim, a falta de sensibilidade de quem saiu de casa como se a vida normal estivesse de volta. E não está. Estes são os responsáveis pelo retrocesso na flexibilização. Como a prefeitura é incapaz de identificar, evitar e punir apenas quem está errado, fecha-se quase tudo e todos pagam a conta.

É evidente que a medida trará achatamento da curva de transmissão. Essa é a prioridade, evitando-se, assim, a pressão no sistema de saúde.

A revolta compreensível é enorme, entretanto, no setor produtivo. É gente que paga aluguel, impostos, emprega funcionários e ficou dois meses com as portas fechadas, demitiu gente e reduziu salários na tentativa de manter a sustentabilidade financeira do negócio. São empreendedores que estão assustados. Mesmo com a retomada, o movimento não voltou ao que era antes da pandemia. Estavam tentando se reerguer e manter as portas abertas. Aí vem esse retrocesso.

Os números de casos, internações e óbitos subiram em Florianópolis. A prefeitura alega que a taxa de transmissibilidade aumentou e se não houver um freio teremos mais mortes.

Enquanto temos as novas restrições, as medidas de ajuda econômica são tímidas. Os R$ 600 reais não cobrem as despesas de quem ficou sem renda ou teve queda nos rendimentos, os empreendedores penam por crédito para capital de giro e são inexistentes ou insuficientes as medidas de apoio econômico ou compensação financeira .

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