Não por acaso, a sede do Projeto Tamar fica na praia do Forte: dos 1.100 km protegidos pela organização no Brasil, 220 km estão na Bahia, que tem quatro espécies de tartarugas-marinhas desovando em seu litoral.
Fundado em 1980, o Tamar foi criado para proteger as tartarugas-marinhas no país e, em entrevista à Folha, Guy Marcovaldi, 55, um de seus fundadores, prefere não falar a quanto montam os recursos que recebe da União, da Petrobras –que patrocina o projeto– e da venda de camisetas da organização. Diz apenas que recebe a mesma quantia das três fontes. Leia trechos da entrevista:
HISTÓRIA
“Nos anos 70, eu e um grupo de estudantes de oceanografia viajávamos para praias desertas para pesquisar. No Atol das Rocas, vimos pescadores matando tartarugas-marinhas. Mandamos a foto disso com alguns relatórios às autoridades, que estavam querendo iniciar um programa de conservação marinha, e fomos convidados. Esse programa se desdobrou no Projeto Tamar. E eu e a Neca, minha mulher, viemos para o Nordeste, fizemos o projeto -e estamos aqui até hoje.”
“São tantas coisas que eu não vou conseguir dizer quanto é tudo somado. Posso dizer que um terço dos recursos do Tamar vem do ICM-Bio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ligado ao governo federal], outro terço da Petrobras, e outro terço dos turistas que nos visitam. Hoje a produção e venda dos produtos, que inclui bilheteria e camisetas, é uma das coisas que puxam o projeto para cima, geram recursos e empregos.”
“O turista não atrapalha a desova. A tartaruga vem à noite, desova e vai embora. Se uma pessoa vê uma tartaruga desovando, é só não fazer nada.”
PRINCIPAL PROBLEMA
“O único problema que o turismo causa é ligado às luzes. Luz forte em hotéis ou na casa de veraneio, perto da área de reprodução, atrapalha. Se isso ocorre, a tartaruga, ao nascer, em vez de ir para o mar, vai para dentro da casa. E aí morre. Isso acontece em casas de veraneio. Volta e meia ligam para nós: “Ai, amanheceu um monte de tartaruguinha na varanda”. Numa situação dessas, podem morrer cem tartarugas. A pessoa deve pegá-las e colocá-las no mar.”
VISITA
“Visitando o projeto, o turista recebe informações de como ajudar, e contribui financeiramente. A mensagem é: evitar luz nas áreas de desova, não jogar lixo no mar e não comprar produto de tartaruga.”
NOVIDADES
“Estamos gravando um CD e fazendo shows, com músicas que falam da conservação da natureza. Também construímos um coreto e uma torre de observação de baleias em Florianópolis que ficarão prontos nessa primavera.”
(Folha de S.Paulo, Olhar Direito, 31/07/2009)
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1 Comentário
O projeto tamar faz um trabalho muito bom na Praia do Forte, eu adorei.