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Imprudência e falta de informação explicam afogamentos em Canasvieiras

Da Coluna de Renato Igor (NSC, 06/02/2020)

Imprudência e falta de informação. A morte trágica do jornalista argentino Marcelo Pagliaccio, de 32 anos, na manhã de quarta-feira (5), em Canasvieiras, soma-se às outras duas mortes semelhantes. É a terceira morte por afogamento nesta temporada em Canavieiras. E como explicar uma sequência de mortes numa praia conhecida por ser uma baía calma e segura ?

Era assim. Não é mais. A obra de dragagem e alargamento da faixa de areia mudou a dinâmica da praia, a deixou mais profunda logo no início para quem entra na água e com possibilidade das correntes marítimas.

A praia segue segura. Não é uma praia com mar perigoso, desde que, é claro, as pessoas sejam prudentes e estejam bem informadas. Depois da primeira morte, vieram as placas e reforçou-se a presença de guarda-vidas. Poderia ter havido uma campanha forte explicando a mudança na dinâmica do mar no local. Isso não aconteceu. Imagine aquele turista que vai todo o ano para o balneário do norte da ilha e estava acostumado com aquela bancada reta, sem muito perigo. Isso não existe mais. Hoje existem placas no local. Mas isso é suficiente?

Claro que não cabe aqui apenas responsabilizar as autoridades. Infelizmente, e é duro demais escrever isso, mas as vítimas também podem ter uma parcela grande de culpa. Uma das mortes ocorreu com um rapaz com mochila nas costas e calça dentro do mar e de madrugada. Agora, nessa trágica morte do jornalista argentino, de madrugada.

Jovens confraternizam, bebem à noite, se divertem. É assim, e que assim seja. Mas é preciso analisar as circunstâncias desses afogamentos. Banhistas não morriam antes Canasvieiras. Agora morrem. Uma decorrência de imprudência e falta de informação. Infelizmente.

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