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Novos conceitos de negócios baseados na economia criativa e sustentabilidade estimulam empreendedorismo jovem

Nunca se falou tanto em empreendedorismo e esse é um dos propósitos de vida de muitos jovens brasileiros. Em um estudo feito pela Fundação Telefônica Vivo, em parceria com IBOPE Inteligência e Rede Conhecimento Social, 64% dos entrevistados concordam que implementar novos negócios ou fazer mudanças em empresas já existentes é bem mais que ter um negócio próprio: é ter atitude, iniciativa e criatividade. Além disso, acaba sendo um estímulo para dar vida a economias locais e gerar empregos, por exemplo.

Dentro deste cenário pode-se perceber que a juventude está mais consciente quando o assunto é construção de um negócio. E muitos sabem que a inovação não é essencial, mas faz parte dessa atitude empreendedora carregada de originalidade.

No Centro Histórico de Florianópolis, dois exemplos de empresas comandadas por empreendedores criativos buscam fomentar o intercâmbio cultural da região, mesmo em uma localidade pouco valorizada e de baixa circulação de pessoas em comparação com os demais comércios do Centro da Capital. Eles escolheram o local por fatores como aluguel mais baixo, ambiente que inspira a diversidade, o caráter cultural, além da identificação pessoal com a área. Eles persistem e investem com a esperança de que a região se torne um polo de projetos criativos que movimentem e ocupem as ruas.

Moda criativa

Uma dessas empresas é A Galleria, aberta em setembro de 2018 na Rua Tiradentes, no Centro Histórico da Capital. Criado pelas designers Aline Vieira, Elaine Silveira e Ana Terra Vignes, todas dedicadas ao desenvolvimento do mercado criativo, o projeto busca trazer um novo olhar para o consumo da moda e da arte na cidade. A loja zela pela produção local em pequena escala, amparada no conceito do slow fashion e com valores acessíveis. No espaço, estão à venda as marcas autorais Colchetes, Modista e Ana Terra Acessórios.

Segundo as empreendedoras, a escolha pelo Centro Histórico para abrigar o espaço foi com o intuito de dar continuidade ao projeto de reocupação do espaço urbano por jovens empreendedores dedicados ao desenvolvimento do mercado criativo de Florianópolis.

Próximo dali está o Innbox Hostel, inaugurado no mês de junho deste ano.

Investimento no turismo e na sustentabilidade

Dois amigos também decidiram investir na região e inauguraram recentemente a terceira unidade do Innbox Hostel. O objetivo dos sócios da rede de hostels criada em Santa Catarina, Matheus Neckel e Walmir Junior, é propor uma nova experiência para o turista e visitante que escolhe o Centro da Capital.

— Além de reocupar o entorno das ruas Saldanha Marinho, Tiradentes e Victor Meirelles, queremos promover o intercâmbio cultural com o comércio da região, fomentar a gastronomia, a economia criativa e o turismo de negócios — destaca Junior.

Os dois, que contam com experiência no ramo da construção civil e da hotelaria, decidiram em 2017 unir expertises e investir em um novo conceito de hospedagem compartilhada baseada na economia criativa, inovação e sustentabilidade.

As duas primeiras unidades em operação ficam na praia do Rosa, em Imbituba, inaugurado em 2017, e na praia de Canasvieiras, aberto em 2018. Ambas foram construídas com reuso de contêiner e seguem políticas ecológicas, como coleta de lixo, copos ecológicos e chapas modulares reutilizadas como paredes. De acordo com os sócios, as acomodações de baixo custo são extremamente confortáveis e um dos diferenciais da rede. Já a terceira operação em funcionamento é a única dentro de um edifício tradicional de alvenaria.

Segundo os sócios, a unidade segue o mesmo conceito sustentável das demais e está focada em jovens empreendedores que viajam a trabalho e se preocupam com responsabilidade ambiental, e também em turistas que preferem ficar na região mais central, devido à facilidade de se locomover para outras regiões da cidade.

Até o final do ano, eles pretendem abrir mais duas unidades no Estado, uma na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, e outra na cidade de Porto Belo. E os objetivos dos empreendedores não param por aí. Eles querem entrar no mercado de hospedagem compartilhada sustentável em Curitiba, São Paulo e na Bahia e a expectativa é que até o final de 2020 a rede conte com 10 unidades ativas no país.

— Queremos nos tornar uma marca referência no mercado de turismo e hospedagem sustentável e ser a maior rede da América Latina voltada para economia compartilhada e criativa — completam os sócios.

(G1SC, 27/06/2019)

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