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Ações reforçam preservação do meio ambiente na Ilha de Porto Belo

Uma fauna rica, formada por tartarugas, cardumes de diferentes espécies de peixes e aves comuns da Mata Atlântica fazem da região de Porto Belo um lugar diferenciado no Litoral catarinense. A beleza da natureza, no entanto, requer cuidados para evitar as ameaças. Por isso, a Ilha de Porto Belo iniciou nesta temporada a campanha “Bitucas não são sementes”. A ação tem o objetivo de evitar o acúmulo de microlixo e amenizar as possibilidades de prejuízo ao meio ambiente. Segundo dados da equipe de preservação do local, foram retirados mais de 2,6 mil pequenos objetos nas primeiras três semanas do ano.

A ingestão dos pequenos detritos sintéticos é hoje a segunda maior causa da morte de animais marinhos, atrás apenas da pesca comercial. A campanha reforça que bitucas de cigarro, além de prejudicar o meio ambiente, visto que levam muitos anos para se decompor, ainda liberam toxinas na terra. Idealizado em três idiomas (português, espanhol e inglês), o material está exposto nas cadeiras de praia, mesas e placas espalhadas pela ilha. Também foram instaladas bituqueiras para descarte e recolhimento adequado dos resíduos de cigarro.

Para garantir o sucesso da ação, a equipe que atua junto ao público na Ilha de Porto Belo está preparada para a conscientização. Garçons, monitores e atendentes passaram por treinamento para comunicar aos visitantes a importância do descarte correto.

Há 22 anos, a Ilha João da Cunha, como é oficialmente batizada, era uma área degradada. Viveu um período longo de pesca predatória de baleias até o início dos anos 1990 e acabou virando espaço para acampamentos improvisados, onde o lixo era diretamente na natureza. Atualmente, cerca de 100 mil pessoas passam pelo local em uma temporada de Verão.

A campanha “Bitucas não são sementes” é mais um passo em busca da conscientização dos visitantes e da comunidade do entorno sobre a importância de cuidar do meio ambiente. Desde 2007 os bares e restaurantes instalados na Ilha de Porto Belo não vendem cigarros. Já a venda de bebidas em vidro foi extinta ainda mais cedo, em 2002. Os canudos plásticos foram abolidos em 2016. Mesma época em que houve um acordo com os barcos de entretenimento que transportam passageiros para evitar o uso de balões.

Região é reduto de tartarugas-verde

A região do Litoral Centro-Norte de Santa Catarina é reduto de tartarugas-verde. Elas nascem nas ilhas oceânicas e migram para o Sul do Brasil, até próximo a São Paulo. Nessa região, os animais têm acesso a uma área de pastagem, já que até os dois anos são somente herbívoras, alimentando-se de algas. Ao saírem do território catarinense, as tartarugas-verdes nunca mais retornam.

Pesquisas

Toda essa preocupação já era hábito no dia a dia da Ilha de Porto Belo, mas ganhou força com a visita do Capitão Charles Moore, em 2015. O oceanógrafo americano é o descobridor da chamada ilha de lixo no Oceano Pacífico e virou estudioso de metodologias que pudessem medir a quantidade e a origem dos resíduos para tentar controlar o problema em seu estágio inicial. Moore tem a grande preocupação de identificar maneiras para que se possa conter esse acúmulo progressivo de lixo, tentando assim diminuir os enormes impactos causados às espécies marinhas e aos oceanos. “As pessoas devem parar de poluir os oceanos com plásticos ou qualquer outra coisa, temos que instaurar uma cultura de reciclagem e desperdício zero”, disse ele.

(Adjori, 25/01/2018)

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