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28/09/2006
Justiça
28/09/2006

Incêndio destrói mata no Norte da Ilha

Um incêndio ocasionado por ação humana destruiu o correspondente a 25 campos de futebol de mata nativa em Área de Preservação Permanente (APP) em uma região pantanosa entre Canasvieiras e a Vargem do Bom Jesus, no Norte da Ilha, em Florianópolis. A situação foi controlada na manhã de ontem, mas uma equipe de plantão do Corpo de Bombeiros permaneceu no local durante todo o dia para combater possíveis focos isolados, de acordo com o comandante de área, tenente Diogo Losso.

O fogo se alastrou na tarde de terça-feira em local de difícil acesso, chegando a prejudicar a visibilidade dos motoristas na SC 401. “A operação foi demorada porque as chamas se concentraram na vegetação de banhado, onde existe uma colônia de jacarés”, explicou. O comandante disse que a possibilidade do sinistro ter origem natural espontânea foi totalmente descartada por conta das condições meteorológicas vigentes. “Ainda não apuramos se a ação foi proposital ou sem intenção”, argumentou Losso.

A mudança de direção do vento ontem de manhã, quase levou perigo a alguns moradores, mas acabou facilitando o combate ao incêndio. De acordo com o comandante Losso, o fogo chegou a se aproximar bastante das casas da Vila União e do condomínio Jardim do Sol, mas foi contido pelos bombeiros, que deixaram o local às 13 horas. “Restaram apenas dois pequenos focos, em locais de difícil acesso, mas conhecemos bem a região e sabemos que ali o fogo logo encontraria um rio, sem causar maiores problemas”, disse o tenente.

Losso lembra que a estiagem ajuda a propagar os incêndios, mas normalmente não é o estopim das chamas. “As queimadas de lixo e restos orgânicos em fundos de quintal são responsáveis pela maioria dos sinistros”, lamentou.

Para o tenente, a sociedade deveria ter mais consciência de sua responsabilidade no processo. “Muitos incêndios poderiam ser evitados se as pessoas cooperassem mais”, declarou. Os danos ambientais da ocorrência são incalculáveis na opinião do tenente. “Toda a fauna e parte da flora foram diretamente atingidas”. resumiu. “Em campo aberto fica mais fácil de apagar o fogo, a questão é que os incêndios normalmente ocorrem em locais íngremes”, afirmou Losso. O comandante informa que o efetivo da Grande Florianópolis conta com 90 bombeiros distribuídos em 11 bases. A operação no Norte da Ilha envolveu 20 homens.
(Gisa Frantz, colaborou Carlito Costa, A Notícia, 28/09/2006)

Helicóptero estava em manutenção

O Helicóptero Águia 2 do Grupamento de Radiopatrulhamento da Polícia Militar (Graer) não foi acionado durante o incêndio porque estava em manutenção de rotina. E mesmo que estivesse em condições de uso poderia não ter sido utilizado porque há um limite de 60 horas por mês para a aeronave. O grupamento possui um gerenciamento para o tempo de vôo afim de que a utilização do helicóptero seja otimizada.

O Águia possui o equipamento chamado Bambi Bucket, um reservatório com capacidade de 540 litros de água para apagar incêndios. A aeronave também tem a função de transportar bombeiros que combatem fogo no solo até os locais de acesso mais difícil. A prioridade é para resgate aquático, salvamento em altura, patrulhamento aéreo, resgate veicular, atendimento de ocorrências policiais de grande vulto e missões de defesa civil, principalmente as que envolvem salvamento de pessoas com risco de morrer.

O Graer é uma referência nacional em patrulhamento porque seus tripulantes são policias e bombeiros e podem fazer vários tipos de atendimento. Se a aeronave estiver em um combate a um incêndio e ocorrer um acidente de automóvel, por exemplo, os mesmos tripulantes fazem o atendimento.
(Maurício Frighetto, A Notícia, 28/09/2006)

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