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Revitalização do Centro de Florianópolis ignora aspectos sociais

(Por Carlos Damião, Notícias do Dia Online, 28/10/2015)

Recebi do advogado criminalista Renato Boabaid: “Se realmente acontecer o resgate do centro histórico – Conselheiro Mafra e Jerônimo Coelho –, como divulgado pelo Notícias do Dia, será a segunda revitalização em pouco mais de cinco anos. Enquanto no lado de cá (João Pinto, Tiradentes e imediações) as melhorias e revitalização ficam só nas promessas. Promessas que já ultrapassam a marca histórica de quase 12 anos ou mais”. Andando na terça, 27, pela região, percebi que há uma distância muito grande entre o Projeto Viva a Cidade, que acontece aos sábados, e a realidade cotidiana da Capital. O número de moradores de rua e consumidores de crack é algo que impressiona qualquer um. Em algumas calçadas, é preciso cuidado para não tropeçar neles. E pensei: ora, um projeto de revitalização da área central nunca dará certo se, por outro lado, não ocorrerem ações efetivas para reduzir o grave problema de saúde pública nas ruas. Que eles, usuários de drogas, sejam encaminhados para tratamento, mesmo sendo muito difícil, como alegam os assistentes sociais, não há como se pensar em desenvolvimento turístico e qualidade de vida com a presença de tantos seres humanos largados.

Onda de crimes

Outra questão que afeta gravemente o Centro é a quantidade de assaltos, furtos, roubos, arrombamentos, não só de lojas, como de automóveis e até residências. Os consumidores de crack, sem dinheiro para comprar a droga, fazem qualquer coisa para obter objetos de valor, que acabam sendo negociados com os traficantes. Roupas, eletroeletrônicos, sapatos e até gêneros alimentícios são os mais carregados pelos viciados.

Mutirão social

Já se sabe que não é possível encontrar uma “solução policial” para o problema dos moradores de rua, em especial os usuários de crack que acabam virando ladrões e assaltantes. É fato que eles precisam de atenção do Estado, não apenas campanhas de impacto, mas ações para valer. Quem sabe um mutirão envolvendo a segurança pública, a área de justiça e cidadania e de assistência social? Até quando vão permitir que essa situação de insegurança persista na área central de Florianópolis?

 

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