Especialista diz que método de demarcação para áreas de marinha é equivocado
05/05/2015
OAB/SC alerta senadores sobre PL que atualiza regras nos terrenos de marinha
05/05/2015

Cultura desprezada em Santa Catarina

(Por Carlos Damião, Notícias do Dia Online, 04/05/2015)

Por que o Estado se distanciou tanto da cultura nos últimos anos? Não apenas quanto às políticas públicas, que são escassas, pobres ou inexistentes, mas também quanto à própria administração do setor. A reforma do Centro Integrado de Cultura é uma novela de seis anos, ainda falta cumprir várias etapas, e o governo já gastou uma fábula, superior a R$ 20 milhões. O Cinema do CIC, outrora uma excelente alternativa de programação na cidade, quando era administrado pelo Cineclube Nossa Senhora do Desterro, virou um auditório de luxo, com exibições cinematográficas esporádicas, pouco interessantes ou pouco atrativas. Durante quase 20 anos Gilberto Gerlach cuidou do cinema com zelo especial, trazendo para Florianópolis filmes diferenciados e importantes, escolhidos a dedo, que dificilmente alcançariam o circuito comercial. Desprezaram Gilberto e o resultado está aí, um cinema que não é mais cinema. E o TAC (Teatro Álvaro de Carvalho) é outro exemplo de gestão atrapalhada da cultura. Um símbolo de Florianópolis e de Santa Catarina, uma casa que recebeu grandes artistas do cenário nacional, vem sendo lentamente sucateada – até o ponto em que, sem condições de mantê-la, o Estado se prepara para repassar sua gestão ao Sesc. Nada contra o Sesc, entidade respeitada e responsável na promoção da cultura, mas tudo contra a ineficiência do Estado na gestão da cultura: não inova, não mantém, não conserta e não transforma. Vivemos um atraso cultural que ultrapassa qualquer limite de compreensão e tolerância. E olha que, hoje, só estou falando da parte física.

E o memorial?

Ia quase esquecendo o Memorial Cruz e Sousa, nos fundos do palácio que leva o nome do poeta. Quantos milhões o governo desperdiçou ali? O espaço foi inaugurado com pompa e circunstância em 2010, pelo então governador Luiz Henrique da Silveira. Está interditado desde 2011, por causa de vários problemas estruturais. E ninguém responde por isso! Fica por isso mesmo, dinheiro público jogado fora!

Virou sucata

Sempre que penso em política cultural do Estado me vêm à lembrança os nomes de três governadores que valorizaram o setor, estimularam artistas e ofereceram meios: Antônio Carlos Konder Reis (1975-1979), Jorge Konder Bornhausen (1979-1982) e Esperidião Amin (1983-1987 e 1999-2003). Jorge criou a Fundação Catarinense de Cultura, construiu o prédio da Biblioteca Pública e o Centro Integrado de Cultura. Depois da última gestão de Amin a cultura virou sucata.

 

mm
Assessoria de Comunicação FloripAmanhã
A Assessoria de Comunicação da FloripAmanhã é responsável pela produção de conteúdo original para o site, newsletters e redes sociais da Associação. Também realiza contatos e atende demandas da imprensa. Está a cargo da Infomídia Comunicação e Marketing Digital. Contatos através do email imprensa@floripamanha.org

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *