Em 2013, ocorreram 53 mortes causadas por desastres de trânsito em Florianópolis, dos quais somente 17% das vítimas foram mulheres. As estatísticas colocam o município na 17ª posição no ranking das capitais brasileiras com maior número de óbitos no trânsito, 22,6 mortes para 100 mil moradores. Os dados estão no mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde de Florianópolis.
O boletim é um relatório completo e inédito do perfil dos óbitos no trânsito de Florianópolis. Pela primeira vez, a análise reuniu informações do Samu, Instituto Médico Legal, Vigilância Epidemiológica do município, Instituto de Planejamento Urbano (Ipuf), Polícia Rodoviária Federal e Estadual, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, que constituem a Rede Vida no Trânsito.
De acordo com o diretor de Vigilância em Saúde da Capital, Leandro Pereira Garcia, as informações, que são continuamente atualizadas e analisadas, ajudarão a promover ações conjuntas de prevenção aos acidentes.
Os motociclistas foram as principais vítimas da violência no trânsito. O número de motoqueiros mortos em Florianópolis em 2013 foi equivalente à soma dos óbitos de ocupantes de automóveis e pedestres. De todos os acidentes que envolveram motos, apenas em um o motociclista não morreu.
De acordo com pesquisa realizada na Grande Florianópolis (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável na Grande Florianópolis), as motocicletas respondem por apenas 9% dos trajetos realizados na região, ultrapassando apenas o uso de taxis, fretados e bicicletas. Em contraste, 45,3% dos óbitos registrados em Florianópolis em 2013 ocorreram com motociclistas.
Ainda de acordo com o boletim divulgado, a maior proporção de homens adultos-jovens pode ser explicada pelas características do gênero, culturais e da faixa etária, devido à maior probabilidade de comportamento de risco entre eles. Esse fator é, na maioria das vezes, potencializado pelo uso de álcool e drogas à direção e excesso de velocidade.
Corroborando estes dados, o Vigitel 2013 (pesquisa do Ministério da Saúde) indica que Florianópolis é a quarta capital brasileira onde mais homens acima de 18 anos afirmam conduzir veículos após o consumo de bebida alcoólica (18%). Entre as mulheres este valor é de 5%.
Dos 44 homens que morreram por acidentes de trânsito, 35 (79,5%) eram os condutores de um dos veículos envolvidos. Em relação à idade das vítimas, 26,4% estava na faixa dos 20 a 24 anos e mais da metade sofreu o acidente entre seus 20 e 34 anos.
O setor de Territorialização e Cadastramento da Secretaria de Saúde de Florianópolis também atua no levantamento de informações e oferece o chamado georreferenciamento das mortes ocorridas em 2013. O trecho entre a Ponte Ivo Campos e o túnel da Via Expressa Sul é um dos que detêm a maior concentração de acidentes fatais, envolvendo diferentes meios de transporte. Outra área de concentração de óbitos foi a rodovia SC 401, na entrada de Canasvieiras.
A Rede Vida no Trânsito de Florianópolis foi criada em 2011 com a proposta de envolver os governos, em todos os níveis e âmbitos de competência, e da sociedade civil para o enfrentamento da grave realidade da violência no trânsito. O grupo executa as estratégias do Plano Nacional de Redução de Acidentes e Segurança Viária, que tem a meta de reduzir em 50% a mortalidade e lesões decorrentes do trânsito em 10 anos.
O grupo de informações da Rede reúne-se quinzenalmente para análise dos óbitos relacionados ao trânsito ocorridos no município, procurando identificar os principais fatores que contribuíram para a ocorrência do acidente e da morte. Assim, as ocorrências são georreferenciadas, os fatores associados são identificados e as estratégias de intervenção são subsidiadas.
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