A formação de um grupo no whatsapp com integrantes da Agência Central de Inteligência, comando da Polícia Militar, direção da Polícia Civil, Deap (Departamento Estadual de Administração Penal) e empresários é uma das ações concretas anunciadas neste domingo (28), em resposta aos últimos atentados a ônibus e a agentes da segurança pública na Grande Florianópolis. O aplicativo está sendo utilizado para monitoramento permanente do transporte coletivo, troca de informações e mobilização da segurança pública em caso de novos ataques. Guarnições ostensivas e descaracterizas mantêm rondas no entorno dos terminais de integração, na Capital, e nas garagens das empresas também nos municípios vizinhos, com possibilidade de escolta noturna pelo menos para os ônibus que atendem linhas consideradas de risco.
A falta de efetivo policial é o principal argumento da PM para descartar a realização de escoltas regulares em todas as linhas urbanas da Grande Florianópolis, como chegaram a reivindicar empresários. Outro pedido deles, o reforço nos locais de reincidência dos ataques, também não faz parte da estratégia da PM.
“Temos outras atribuições, como cuidar do resto da cidade. Não podemos engessar o policiamento, precisamos ter mobilidade e informações privilegiadas para agir preventivamente”, argumenta o coronel João Henrique, comandante da 1ª Região da Polícia Militar. Policiais de folga foram chamados para reforçar o sistema emergencial montado após os primeiro ataques, na madrugada de sábado.
Alerta em pontos críticos
Mesmo inseguros, empresários do transporte público garantem que o sistema não terá redução de horários ou suspensão de linhas na Capital e nas cidades onde ocorreram ataques – São José, Palhoça e Biguaçu. A preocupação maior é com os pontos críticos, como finais de linhas e locais ermos, como Monte Cristo, reforça o diretor da Estrela Gildo Formento. “Não podemos esperar acontecer de novo, com morte de trabalhadores ou usuários”, diz.
No Norte da Ilha, Álvaro Costa, da Empresa Canasvieiras, aponta os pontos perigosos são próximos à favela do Siri, em Ingleses; Travessão, no Rio Vermelho; e Canto do Lamin, em Canasvieiras. A estratégia planejada com a PM, segundo o diretor de planejamento da Secretaria de Mobilidade da Capital, Vinícius Cofferri, garante a segurança do sistema.
Nos bastidores, agentes da própria polícia e do Deap informaram que há uma semana foi dado o alerta no complexo penitenciário de São Pedro de Alcântara sobre articulação de nova série de atentados. A informação foi desmentida pelo secretário Cezar Grubba, pelo chefe da Agência Central de Inteligência, coronel Guerner, e pelo comandante Cabral. A reação aos novos atentados até ontem à noite havia resultado em um suspeito morto, outro baleado e seis identificados.
(Notícias do Dia Online, 28/09/2014)
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