Esta semana as obras do contorno viário da Grande Florianópolis completaram um mês. No local onde começaram os trabalhos às margens da SC-281, não houve movimento de máquinas nem de homens nas últimas semanas, mas alguns quilômetros a frente, em direção à Forquilhas, foram abertas duas novas frentes de trabalho. Por enquanto, o trabalho continuará apenas neste trecho de São José até que a licença para os outros trechos, em Biguaçu e Palhoça, seja liberada.
A falta de máquinas e homens na área à margem da SC-281, segundo o gerente de planejamento da Autopista Litoral Sul, Marcos Guedes é por causa do mau tempo e período de chuvas nos últimos dias. O terreno é um banhado e com o excesso de água acumulado pela chuva fica impraticável trabalhar e as máquinas acabam atolando. Ele explica que a primeira etapa do trabalho é de terraplanagem, depois adensamento do solo, para aí dar inicio às obras mais aparentes, que a população possa observar.
Agora os operários trabalham próximo ao km 212 no morro da rua Luiz Carolina Pereira com a retirada de terra e também na rua Antônio Jovita Duarte, onde está o canteiro de obras. Entre essas obras há uma rua que está sendo pavimentada pela prefeitura. Para Tereza Maria da Silva, 57, que mora há 31 anos no local será uma obra positiva. Ela tem um bar à beira da rua Antônio Jovita Duarte e além de colaborar para o comércio e irá facilitar o acesso de moradores. “Vai deixar mais organizado e acaba com essa poeirada que a estrada de chão deixava no nosso quintal e nos clientes que sentavam aqui”, disse.
Osni Lohn, 46, acha que o trabalho anda devagar e critica a demora na construção do novo acesso. Ele trabalha com construção civil e constantemente precisa usar a BR 101. “Para gente que depende da rodovia pra trabalhar é um caos, muito difícil do jeito que está o trânsito. Essa obra tem que sair logo”, apontou.
Outros trechos dependem de análise da Funai
Esses imprevistos com a chuva podem influenciar no cronograma. A equipe aguarda o tempo firmar, para avaliar e fazer os ajustes no cronograma. “Fazemos reuniões semanais para avaliar o cumprimento do cronograma. Se o tempo firmar e continuar firme, conseguimos recuperar o cronograma, sem dúvida, mas não há como prever”, afirmou Guedes.
Sobre as desapropriações, Guedes afirma que neste trecho onde já há a licença de instalação, 14 quilômetros entre a SC-281 (rodovia de acesso a São Pedro de Alcântara) e a SC-407 (acesso a Antônio Carlos), 56 imóveis foram desapropriados, 48 estão em negociação e 16 aguardam documentação.
Para os outros trechos ainda não há cronograma de obras definido. A Autopista Litoral Sul encaminhou a documentação no início de junho e aguarda análise Funai (Fundação Nacional do Índio) sobre os estudos antropológicos referentes às nove aldeias que circundam o trecho norte (Biguaçu) e o trecho Sul (Palhoça). O relatório é necessário porque o traçado está em um raio menor que dez quilômetros das comunidades indígenas. A aprovação da Funai é requisito para a concessão da licença de instalação pelo Ibama nos dois lotes.
A equipe do Notícias do Dia tentou contato com a Coordenação Regional do Litoral Sul da Funai em Santa Catarina, para saber sobre a análise, mas os coordenadores estavam em viagem e não foram encontrados pelo celular para comentar o assunto.
A expectativa da concessionária, divulgada no início das obras, é que até outubro todas as licenças dos 50 quilômetros do contorno estejam liberadas para que seja possível concluir o trabalho em 2017. O Comdes (Conselho Metropolitano para o Desenvolvimento da Grande Florianópolis), que acompanha o projeto desde o início, se reúne nesta sexta-feira para fazer um balanço geral deste início de obras. A reunião contará com a participação do deputado Esperidião Amin.
( Notícias do Dia Online, 03/07/2014)
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