Uma usina de empregos

Da coluna de Moacir Pereira (DC, 30/07/2008)
A presença do presidente do Conselho Mundial de Turismo, Jean-Claude Baumgarten, em Florianópolis, para participar, hoje, do Painel RBS, representa uma oportunidade singular para avaliações e projeções sobre o desenvolvimento do turismo e suas perspectivas na economia catarinense. Atividade que mais gera empregos, que mais democratiza as oportunidades de trabalho e que mais promove a elevação da renda dos trabalhadores e suas famílias, registrou sensíveis melhorias no Estado. Mas há muito por fazer pelo setor empresarial, pelos órgãos públicos e pelas comunidades.
Uma das constatações feitas pela maior autoridade do turismo mundial, nas primeiras horas entre os catarinenses, é animadora. Apesar dos constantes aumentos nos preços do petróleo, da crise imobiliária nos Estados Unidos e dos reajustes abusivos nos preços dos alimentos, o turismo permanece na lista dos segmentos que mais crescem no mundo. E com um fato novo: os países emergentes(China, Índia e Brasil) estão conquistando espaços nobres no planeta. Um fenômeno explicável: mesmo nas crises, parcelas importantes continuam tendo disponibilidade financeira e vão se conscientizando que as viagens culturais, esportivas, ecológicas e de lazer representam o melhor investimento pessoal e familiar.
A China desponta, neste cenário otimista, como uma estrela de primeira grandeza, pelos números impactantes. De acordo com os dados de Baumgarten, 100 milhões de chineses devem optar pelo turismo mundial, por ano, na próxima década. Se o crescimento asiático continuar neste ritmo alucinante médio de 10%, cada percentual mínimo de chineses buscando conhecimento em outros povos significará milhões de pessoas viajando pelo planeta. E – é de se perguntar – o que os brasileiros estão fazendo para atrair estes novos visitantes? E Santa Catarina, que há muitos anos abriu canais de intercâmbios culturais e econômicos com províncias chinesas, está preparada para atraí-los em números elevados? Que produtos poderá oferecer?
Sustentável
No Painel RBS, o atencioso e experiente líder francês deverá abordar algumas questões polêmicas sobre o turismo na Ilha de Santa Catarina e no Estado. Por exemplo: entre as diferentes oportunidades de expansão do turismo (cultural, esportivo, ecológico, de eventos, de prática de golfe, de empreendimentos náuticos, gastronômico e de cruzeiros, etc), quais aqueles que devem merecer novos investimentos públicos e privados? Como priorizar estes projetos específicos dentro de um projeto de sustentabilidade?
Finalmente, quais medidas devem ser tomadas para promover a inclusão social de famílias pobres que vivem nas favelas e nas periferias de Florianópolis e de outras cidades catarinenses, promovendo-as com alguma atividade econômica ou cultural ligada ao turismo?
Jean-Claude Baumgarten declarou-se impactado pelas belezas da Ilha. Depois de almoçar no Costão do Santinho, chegou a manifestar seu desejo de trazer para o Brasil o próximo Congresso Mundial de Turismo.
Assim, sua visita pode trazer não apenas úteis pareceres de uma autoridade, como promover a imagem de Santa Catarina, até pela capilaridade internacional da entidade que preside.