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Invasão na Vargem Pequena, na SC-401, tem um total de 725 famílias

A organização da ocupação Amarildo de Souza, no bairro Vargem Pequena, em Florianópolis, entregou nesta sexta-feira à ouvidoria do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) a lista com dados das pessoas que estão acampadas na área de 900 hectares. De acordo com o documento, o número de famílias acampadas é de 725. A entrega da lista foi uma das exigências expostas na liminar expedida pelo juiz agrário Jefferson Zanini, de Chapecó, que também destacava a proibição da entrada de mais pessoas a partir do dia 21 de janeiro, quando a organização divulgava 400 famílias no acampamento.

A conclusão da lista com nome, RG e CPF do chefe de cada uma das famílias que estão no terreno foi feita no início da tarde de sexta-feira. Às 18h, o ouvidor agrário do Incra, Fernando Souza, recebeu o documento das mãos do advogado dos manifestantes, Robson Ceron. “Os moradores da ocupação estão cumprindo com a determinação da Justiça. Algumas famílias entraram nos últimos dias, mas, a partir de hoje [sexta-feira], nenhuma pessoa nova entra no acampamento, conforme o pedido do juiz”, afirmou.

Desde o dia da decisão de Zanini, o número de famílias no local passou de 400 para 725. Para Rui Fernando Silva, porta-voz da ocupação, o número anterior não era preciso. “Tínhamos apenas uma estimativa. No entanto, agora temos uma lista completa e com os dados de todos, então podemos afirmar que 725 famílias vivem hoje na ocupação Amarildo de Souza, e que ninguém mais vai entrar”, disse.

O possível aumento no número de pessoas pode caracterizar um descumprimento da liminar da Justiça, que determina “a proibição do ingresso de novas pessoas e famílias no acampamento” a partir da publicação da decisão. O ouvidor agrário defende os ocupantes. “Não há como ter um controle sem antes informar a lista, e é isso que eles fizeram hoje [sexta-feira]. As pessoas do acampamento estão cumprindo com todas as exigências da Justiça”, afirmou o representante do Incra. Souza ainda informou que deixou o juiz ciente da entrega do documento, que deve ser protocolado no fórum na segunda-feira, por causa do encerramento do expediente jurídico.

 

Policiais discutem com ouvidor agrário

Para entregar a lista, os moradores fizeram uma assembleia. Antes de ela começar, por volta das 17h40, três policiais militares, a paisana, apareceram no portão do acampamento e chegaram a discutir com o ouvidor agrário Fernando Souza. “Eles pediram para eu me identificar. Disseram que queriam saber o número de pessoas na ocupação, mas eles não têm mandato judicial para estar aqui. Liguei para o juiz Jefferson Zanini, que me orientou a dar voz de prisão aos policiais, caso eles não fossem embora”, disse Souza.

Os três policiais estavam sem farda, e um deles filmava toda a conversa. Eles saíram sem se identificar. De acordo com a assessoria de imprensa da PM, os agentes faziam apenas uma “atualização rotineira de dados”.

(Notícias do Dia, 24/01/2014)

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