Desabafo de um morador de Jurerê

(Da coluna de Cacau Menezes – Fifo Lima, interino, DC, 07/01/2014)

Morador de Jurerê Internacional, Alvin Laemmel apela para o bom senso para discutir alguns princípios básicos de convivência. Considera fantástica a explosão de Florianópolis no cenário nacional e internacional como destino turístico nesta época do ano. Acha que muitos faturam bem e acredita que esta receita produz reflexos positivos em todos setores da economia, dos bens de consumo à prestação de serviços.

Mas faz um apelo para que se preserve o bem-estar dos moradores da cidade e cita o exemplo do seu bairro. Quando se mudou para lá, dizia-se que ele estava indo morar em um lugar onde as pessoas iam passar férias. Hoje ele percebe que, na verdade, as pessoas não vão para descansar em Jurerê Internacional, mas para fazer festa. Nada contra, diz Alvin:

– É bonito perceber a alegria tomar conta das ruas daqui. Gente bonita, bem-vestida, pessoas de bom poder econômico.

O leitor considera, porém, que infelizmente o nível de educação não é similar à quantidade de dinheiro na conta bancária. E deste comportamento, diz ele, não escapam também alguns comerciantes que exploram as atividades dos beachs clubs.

– Até quando as autoridades vão fazer vista grossa à falta de tratamento acústico? Somente este procedimento já bastaria para aquietar o espírito de muita gente que hoje pede, como solução desesperadora, a demolição dos points de praia. Há denúncias de perturbação de sossego às dezenas. Não bastasse isto, ainda contamos com o aluguel das mansões para festas fechadas. E as loucuras nas ruas do bairro, com arrancadas de carros de luxo.

No ano passado, uma turista estrangeira morreu atropelada e somente por não ser brasileira, acredita Alvin, o fato não teve maior repercussão.

Ele espera que os moradores, associação, Habitasul, administradores públicos e produtores das festas no bairro algum dia achem serenidade para sentar e conversar sobre uma solução que possa pelo menos trazer paz a Jurerê Internacional.