Agenda: 09 a 15 de junho de 2008
06/06/2008
Catálogo de Produtos Sustentáveis ajuda consumidor a escolher
09/06/2008

Supermercado de SP é primeiro a ganhar certificação do Green Building Council

A rede de supermercados Pão de Açúcar vem adotando posturas em algumas de suas unidades para tornar a prestação de serviços mais responsável do ponto de vista ambiental e social.
Dessa vez, preferiu optar por um projeto mais ousado e reunir em um só lugar todas as práticas de sustentabilidade já experimentada em outras lojas, além de pensar em novas soluções.
Indaiatuba, no interior de São Paulo, foi escolhida – além das razões logísticas – em função do histórico que o município possui quanto à preocupação com redução de impactos ambientais e ao grau de conscientização da população.
A intenção é que a loja sirva de modelo para a construção de outras com o mesmo nível de preocupação ambiental no futuro. O próximo estabelecimento verde da bandeira deve ser lançado em São Paulo até o primeiro semestre de 2009.
Confira o que há de sustentável na segunda unidade de Indaiatuba da marca Pão de Açúcar e que representou investimentos de R$ 7,5 milhões – gasto 15% superior ao previsto para obras convencionais desse porte.
CONSTRUÇÃO DA LOJA
As novas instalações foram construídas com base nos pré-requisitos exigidos pelo GBC – Green Building Council para a certificação LEED. O estabelecimento cumpre 80% das exigências do selo verde e será o primeiro supermercado a adquiri-lo – seis meses após o início de seu funcionamento, quando forem feitas as auditorias necessárias.
Toda a energia elétrica utilizada é proveniente de pequenas centrais hidrelétricas que geram energia a partir de fontes renováveis, como o bagaço de cana – opção que a empresa pode requisitar junto à ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica ao pagar pelo serviço. A iniciativa reduz a emissão de CO2 em 34 mil toneladas por ano, o que equivale a cerca de 190 mil árvores reflorestadas.
Para garantir o conforto térmico, as telhas do supermercado possuem alta capacidade reflexiva e uma manta isotérmica. O sistema de ar-condicionado mais eficiente proporciona uma economia de 10% de energia.
A permeabilidade do solo é conseguida a partir do uso de concregrama – concreto vazado que permite uma absorção mais rápida da água.
INFRA-ESTRUTURA
No interior da loja também há preocupações com o meio ambiente. O fluido gasoso utilizado nos refrigeradores e congeladores – e que normalmente agride a camada de ozônio – foi substituído por outro que não causa o dano.
A água utilizada no chuveiro dos funcionários é aquecida a partir do reaproveitamento do calor gerado pela casa de máquinas, economizando em tono de 48 mil KW/h por mês.
Também pensou-se em economia de água por meio de torneiras com sensores, cujo uso deve reduzir em 40% o consumo de água.
O mobiliário, feito de madeira certificada, com selo FSC, garante que ela é legal e foi extraída a partir do manejo sustentável das florestas.

TRANSPORTE

Quem quiser se deslocar até o supermercado de bicicleta para fazer suas compras, além de poder deixá-la no bicicletário – com vagas para clientes e funcionários –, pode solicitar o serviço de entrega, que é feito em veículos movidos a biocombustíveis.
No estacionamento, as vagas mais próximas da entrada são destinadas a quem possui veículo movido a biocombustível.
AMBIENTAÇÃO
Além de possuir uma área de convivência com café e sushi bar, o ambiente interno do supermercado se torna mais agradável pela disposição das gôndolas na diagonal, em vez dos corredores em linha reta e que bloqueiam a visão do consumidor.
Paulo Lima, consultor de Inovação, Conceito e Mercadoria da rede, diz que o Pão de Açúcar já havia optado por essa organização em outras duas lojas, em São Paulo. Ele explica que isso ajuda o cliente a racionalizar suas compras, já que passa a ter uma visão total do supermercado e encontra mais facilmente o que deseja.
Seguindo esse raciocínio, a loja oferta todos os produtos relacionados próximos uns dos outros e quebra a velha estratégia dos supermercados de forçar o consumidor a circular por todos os corredores até encontrar os itens essenciais e seus complementares – normalmente colocados longe uns dos outros de propósito.
PRODUTOS ORGÂNICOS
A unidade de Indaiatuba dispõe de 750 produtos considerados orgânicos, naturais e sustentáveis, sendo que 400 deles já eram comercializados em outras lojas da bandeira e 350 são exclusivos na loja. Na padaria, a cada meia hora, sai uma fornada de pão feito com farinha orgânica, no açougue, carnes certificadas – garantia de que os animais não receberam alimentação com hormônios – e frutas, verduras e legumes orgânicos serão vendidos não apenas embalados, mas também a granel.
Outra iniciativa da marca desde 2002, a loja vai comercializar cerca de 200 produtos artesanais desenvolvidos por pequenas comunidades, além de trabalhar, em Indaiatuba, com três fornecedores locais.
TREINAMENTO DE FUNCIONÁRIOS
A entrevista para escolha da equipe que irá trabalhar no local levou em conta o interesse genuíno dos candidatos pelas causas socioambientais. Os selecionados passaram por um treinamento de 40 dias em que, além das orientações referentes a operações, abastecimento, reposição de balcões, manipulação de perecíveis e atendimento de caixas, foram acrescentadas informações sobre sustentabilidade socioeconômica e minimização de impactos ambientais, fornecidas por consultores especializados.
NO CAIXA
Depois de fazer as compras em carrinhos PET – cada carrinho grande reutiliza 250 garrafas PET – a unidade oferece para o cliente a opção de levar suas compras para casa em sacos de papel Kraft certificado, caixas de papelão que sobram depois que as mercadorias são desembaladas e sacolas retornáveis, feitas de lona e vendidas a preço de custo.
Caso o consumidor faça questão de usar sacolas plásticas, elas não foram eliminadas do supermercado. Feitas com 50% de plástico reprocessado – já que as faces interna e externa da sacola, por exigência da vigilância sanitária, devem ser constituídas de plástico virgem – são produzidas em um único tamanho e tem sua resistência testada para suportar mais de dois quilos sem que seja necessário utilizar outra como reforço.
Os caixas foram treinados para orientar o cliente a não usar mais sacolas do que o necessário e para estimulá-lo a levar as sacolas novamente quando for realizar a próxima compra. Caso ele não queira reutilizá-la, o funcionário sugere que o consumidor deixe as sacolas na estação de reciclagem – parceria entre o Pão de Açúcar e a Unilever – já que elas são 100% recicláveis.
Outra idéia já implantada em outras unidades da rede é o Caixa Verde, um incentivo para que os sejam deixadas no supermercado todas as embalagens que não precisam ser levadas para casa, como as caixinhas de creme dental.
LIXO
As embalagens deixadas no Caixa Verde e as de papelão que não podem ser reaproveitadas para embalar as compras dos clientes são destinadas para a reciclagem. E o lixo orgânico produzido a partir das sobras de alimentos, será recolhido por uma empresa especializada que vai incinerá-lo e produzir energia. A parte do material orgânico que não puder ser incinerada, será enviada ao reprocessamento para produção de ração animal.
A rede de supermercados Pão de Açúcar vem adotando posturas em algumas de suas unidades para tornar a prestação de serviços mais responsável do ponto de vista ambiental e social.
Dessa vez, preferiu optar por um projeto mais ousado e reunir em um só lugar todas as práticas de sustentabilidade já experimentada em outras lojas, além de pensar em novas soluções.
Indaiatuba, no interior de São Paulo, foi escolhida – além das razões logísticas – em função do histórico que o município possui quanto à preocupação com redução de impactos ambientais e ao grau de conscientização da população.
A intenção é que a loja sirva de modelo para a construção de outras com o mesmo nível de preocupação ambiental no futuro. O próximo estabelecimento verde da bandeira deve ser lançado em São Paulo até o primeiro semestre de 2009.
Confira o que há de sustentável na segunda unidade de Indaiatuba da marca Pão de Açúcar e que representou investimentos de R$ 7,5 milhões – gasto 15% superior ao previsto para obras convencionais desse porte.
(Thays Prado, Planeta Sustentável, 06/06/08)

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