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Os dirigentes das entidades favoráveis ao veto do prefeito Dário Berger (PSDB) ao projeto que impedia a construção da subestação das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) já se mobilizam para convencer a Câmara de Vereadores a aceitar a decisão e permitir o início das obras. Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Kissao Thais, o maior temor é de que a atual capacidade energética da Ilha não resista ao atraso. “As informações que recebemos de que a questão energética está no limite não foram contestadas. Não sei se a cidade vai suportar essa letargia”, afirma. Para Kissao, a falta de energia deve frear a vinda de investimentos para o município e impedir a criação dos postos de trabalho necessários.

O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon), Hélio Bairros, concorda e afirma que é dever das entidades se unir para que a avaliação técnica prevaleça. “É uma questão estratégica, não pode ser encarada como se fosse de menor importância”. Bairros relembra o apagão de 2003 e as diversas quedas de energia no verão ao avaliar a necessidade urgente da subestação. “Já sofremos as conseqüências da falta de energia e não podemos voltar a correr o risco de um apagão por vontade própria”, acredita.

Além de CDL e Sinduscon, também já se manifestaram a favor da subestação na rua Angelo Laporta entidades como a Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif) e o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) – que aprovou unanimemente em plenária uma moção de apoio ao projeto. O presidente do Crea, Ronaldo Zucatto, afirma que tal posição foi tomada depois de estudos técnicos atestarem que a subestação não gera problemas ambientais e nem oferece perigo à população por não irradiar ondas eletromagnéticas.

Missão é reverter voto no Legislativo

As entidades que defendem a construção da subestação da Celesc na rua Angelo Laporta, no Centro da Capital, vão ter a difícil missão convencer a Câmara de Vereadores a manter um veto que até o líder do governo na casa, Juarez Silveira (PTB), já afirmou pretender derrubar. “Acreditamos que mais afastados do momento e da pressão da comunidade, os vereadores reflitam sobre a urgência da subestação” avalia Hélio Bairros, presidente do Sinduscon. O projeto que impede a construção no local foi aprovado por unanimidade em duas votações antes de ser vetado pelo prefeito Dário Berger.

Já na semana passada os dirigentes das entidades se reuniram para para discutir como convencer os vereadores a mudar de posição. “Vamos levar os vereadores a refletir em relação às necessidades não apenas de uma localidade, mas de toda a ilha”, acredita Kissao Thais, presidente da CDL.

Outra entidade mobilizada em favor da subestação é o Crea. “Houve um atrito que não foi bem negociado com os vereadores, mas queremos ser parceiros na discussão dos grandes projetos que envolvam a cidade”, afirma Ronaldo Zucatto, presidente do Crea. Ele acredita que a questão tomou uma dimensão muito grande e que a própria Celesc errou na condução do projeto. “A Celesc precisa ter a humildade de que houve erros lá no começo”, avalia o dirigente, para quem faltou explicar melhor à comunidade os benefícios trazidos pela subestação.
(Upiara Boschi, A Notícia, 08/08/2006)

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