Obras no mercado: prefeitura vence resistências
26/03/2013
Vida e morte
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Área licitada como estacionamento em Florianópolis gera impasse

Donos de cinco quiosques no terreno em frente à Assembleia Legislativa levaram um susto na semana passada. Meses depois de um longo processo licitatório que escolheu a Multipark para explorar oito áreas como estacionamentos no Centro da Capital, os comerciantes foram notificados para sair no prazo de cinco dias. Alguns quiosques existem no local há mais de 40 anos. O terreno estava no pacote de cinco áreas cedidas à empresa na assinatura da ordem de serviço em fevereiro. As outras quatro, que estavam nas mãos da Aflov (Associação Florianopolitana de Voluntários), foram entregues no sábado.

O local em questão não era um estacionamento privado como as outras áreas. Segundo o secretário municipal de Administração, Gustavo Miroski, era administrado como Zona Azul pela prefeitura. “Mas os flanelinhas tomaram conta e os monitores não conseguiam trabalhar ali”, afirmou.

Por esse motivo, a área entrou na licitação que foi aberta no ano passado. Entretanto, o terreno abriga cinco quiosques de alimentos. “Na quarta-feira passada o pessoal da prefeitura esteve aqui com uma notificação, dizendo que tínhamos cinco dias corridos para sair”, explicou Vergílio Burin, um dos donos quiosque que fica do outro lado da rua da Alesc.

A mãe dele, Ecledi Burin, disse que o emocional ficou abalado. A família administra o quiosque há quase 20 anos e não tinha sido avisada de que teria que deixar o espaço. “Nós pagamos alvará, impostos. Se tivesse algo pendente eu entenderia. Esses bares estão há mais de 40 anos aqui no mesmo lugar”, relatou.

O dono do quiosque vizinho, Raimundo Pereira, o Ceará, também mostra revolta. “Se eles avisassem antes eu correria atrás, tiraria minhas coisas, mas o que fizeram com a gente é uma vergonha. Eles só pensam neles”, afirmou o comerciante, que está há oito anos no local.

Todos afirmam que vão sair, mas entraram com mandato de segurança na Justiça pedindo mais tempo, um prazo de 90 dias. “A Multipark ofereceu 30 dias se a gente tirasse o processo. Não vamos fazer isso”, relatou Vergílio. Sem um acordo, os comerciantes esperam pela decisão judicial. Mas a empresa iniciou ontem a colocação de cercas no terreno.

Funcionários da Aflov são demitidos

Nos quatro estacionamentos que eram administrados pela Aflov, nada mudou, apenas as placas que apontam o valor da tarifa. O logotipo Multipark, no entanto, só deve fazer alguma diferença daqui a 60 dias, quando, segundo a empresa, serão iniciadas as obras de melhorias. A Multipark afirmou que R$ 4,5 milhões serão investidos e as obras devem terminar em um ano, no máximo.

Dos 91 funcionários da Aflov, 20 foram recontratados. A presidente Márcia Lange Rila não soube dizer exatamente quantos funcionários foram demitidos na sexta-feira. Alguns antigos trabalhadores dos estacionamentos, que não quiseram se identificar, afirmaram que apenas 18 funcionários não foram demitidos. “Estou há cinco anos na Aflov e não entendi porque eu não continuei. Nunca faltei, sempre fiz um bom trabalho, tinha sido promovido no ano passado. Fiquei chateado com isso”, disse um deles, que não entende quais foram os pré-requisitos para que alguns permanecessem na entidade.

(ND, 26/03/2013)

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