O relatório da sindicância que apura suposta fraude de R$ 300 mil na quitação de aluguel de quatro boxes do Mercado Público de Florianópolis ainda não foi entregue ao secretário da Receita, Marco Aurélio Dutra. O prazo de conclusão da sindicância venceu na última terça-feira.
De acordo com o secretário Dutra, o relatório está pronto e estava sendo revisado pela comissão, que deve entregá-lo hoje. Ao contrário do que informou ao DC na terça-feira, Dutra ontem afirmou que deverá encaminhar ainda hoje o documento à Procuradoria do município.
A suposta fraude foi identificada em junho. A prefeitura confirmou que houve o cancelamento indevido das dívidas de três boxes. Uma servidora foi exonerada por suspeita de, pelo menos, ter facilitado o esquema. Um quarto box não teria participado da suposta fraude, mas, como não há registro do pagamento da dívida, também está sob investigação.
(DC, 30/08/2012)
Quatro boxes do mercado público de Florianópolis têm dívidas
A sindicância que investiga fraudes no Mercado Público da Capital há 60 dias terminou ontem, mas o secretário municipal da Receita, Marco Aurélio Dutra, decidiu estudar o relatório antes de anunciar os resultados levantados pela comissão. A possibilidade de fraude é ainda uma incógnita, mas o não pagamento da dívida de quatro boxes está comprovado. No dia 21 de agosto, os comerciantes investigados foram intimados pela Procuradoria Geral do Município para quitar os débitos com a administração no prazo de cinco dias úteis. Os quatro boxes somam dívida de mais de R$ 300 mil.
Segundo o procurador Jaime de Souza, apenas uma pessoa foi conversar sobre a dívida até ontem, data limite, mas não entregou nenhum comprovante. A Procuradoria informou que os comerciantes ainda podem entregar o documento hoje e, só após esse prazo serão tomadas providências. O gerente do Mercado, José Roberto Leal, que entregou as intimações aos comerciantes, destacou que os boxes seriam fechados se as dívidas não fossem pagas.
Os boletos para quitação seriam emitidos pela Secretaria da Receita, mas Dutra desconhecia o procedimento e não soube informar se algum documento foi retirado. Na intimação, também ficou revelado os motivos da investigação. As lojas Karol, Estação da Moda e Restaurante Goiano tiveram os débitos cancelados indevidamente dentro do Pró-Cidadão.
Certidão negativa e documentos na gaveta
Os três boxes apresentaram à Procuradoria Geral do Município certidão negativa, emitida pelo Pró-Cidadão, do pagamento da dívida. A senha de uma servidora teria sido usada para o cancelamento, mas o dinheiro não entrou no caixa da prefeitura. A servidora foi afastada do cargo, e a sindicância estudava se o cancelamento foi resultado de erro administrativo ou má fé.
O box Miranda Aviamentos (box 25), na rua Conselheiro Mafra, foi investigado por motivo diferente dos outros três boxes. Os documentos do concessionário foram descobertos em uma gaveta da Secretaria Municipal da Receita. O comerciante, com a maior dívida entre os devedores, teria seu estabelecimento fechado no dia 21 de junho, por não ter pagado a dívida. A prefeitura avalia se o esquecimento do documento foi proposital para favorecer o comerciante.
(ND, 30/08/2012)