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Mortalidade infantil é maior nas favelas da periferia

Em áreas de favelização de Florianópolis, no Norte da Ilha, nas localidades de Muquém e Vila do Arvoredo, e no Continente, nos bairros Jardim Atlântico, Monte Cristo e Vila Aparecida, se concentram os maiores índices de mortalidade infantil da cidade. Associados à pobreza, podem ser elencadas a falta de orientação e a demora na procura pelo serviço médico, de acordo com o assessor chefe de Atenção à Saúde da Secretaria Municipal, Nulvio Lermen Júnior. Outra causa preocupante é o processo migratório em áreas de baixa renda. “Muitas mulheres chegam de outros municípios em estado de gestação avançada e não recebem o acompanhamento do Programa Capital Criança”, explicou o médico.

Lermen esclarece que a Capital está em um patamar de excelência se equiparada à taxa dos países desenvolvidos, 9% em relação à mortalidade infantil, mas que o trabalho que vem sendo desenvolvido necessita de continuidade e atualização para manter e até reduzir os índices.
Ele informa que 60% dos casos de óbito em Florianópolis ocorrem com crianças que nascem com algum problema ou má formação e seu tempo de vida normalmente não ultrapassa 28 dias. Já os casos evitáveis, geralmente infecções pré e pós natal, perfazem 22%. “São estes casos que podemos evitar”, avaliou.

Por conta disso, a Secretaria de Saúde da Capital instalou o Comitê de Prevenção ao Óbito Infantil e Fetal. Oficializado durante seminário sobre mortalidade infantil, ocorrido ontem, ele será formado por servidores da secretaria, da Sociedade Catarinense de Pediatria, da Associação de Medicina da Família e os hospitais que mantêm maternidades na Capital. “Nossa idéia é realizar um estudo conjunto para investigar as causas do óbito”, declarou Lermen.

Mães e bebês recebem acompanhamento especializado

Dados da Secretaria de Saúde de Florianópolis mostram que o coeficiente de mortalidade infantil na Capital apresentou uma redução de 53,56 % entre os anos de 1996 e 2005. O índice supera o verificado em nível nacional, na casa dos 33%. O resultado é atribuído à atenção dada não apenas à criança, mas também à mãe na fase de gestação. O Programa Capital Criança foi criado em 1997 após levantamento que mostrou que a maioria dos óbitos estava relacionada às complicações ocorridas durante a gestação ou nos primeiros dias de vida. Também foi comprovado que a mortalidade materna era decorrente da falta de diagnóstico e tratamento de complicações durante a gravidez.

O Programa é desenvolvido nas unidades básicas de saúde da rede municipal, em articulação com as demais instituições que prestam atendimento, nos seus diferentes níveis de complexidade, à mulher e à criança de zero a dez anos de idade. Os pilares do Capital Criança são a reformulação da atenção, principalmente por meio do monitoramento dos nascimentos e priorização do atendimento.
(Gisa Frantz, A Notícia, 26/07/2006)

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