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A Associação Comercial do Paraná (ACP) e a Associação Paranaense de Supermercados (Apras) junto a mais de uma dúzia de entidades (desde órgãos do governo a associações comunitárias) promoverão no dia 15 de março o “Pedágio Verde” – consumidores poderão trocar 50 sacolas plásticas que são distribuídas em estabelecimentos comerciais por uma retornável, de algodão cru.
Doze mil sacolas de algodão estarão à disposição dos consumidores em oito hipermercados da capital paranaense, além de panificadoras e da sede da ACP.
A troca das sacolas de plástico por sacola retornável é mais uma ação que as entidades ligadas ao varejo ( especialmente a Apras e a ACP) estão fazendo para contribuir para conscientizar comerciantes e consumidores da necessidade de se proteger o meio ambiente.
No Paraná, cerca de 80 milhões de sacolas são usadas por mês pelos consumidores do setor supermercadista.
O “Pedágio Verde” é a primeira etapa de uma campanha que pretende estimular o uso das sacolas retornáveis e minimizar o uso das sacolas plásticas e “suas trágicas conseqüências ao meio ambiente”, diz Isabel Kluger Mendes, coordenadora do Conselho da Mulher Executiva da ACP, que participa do movimento.
O objetivo da campanha, similar a inúmeras outras em todo o país, “é conscientizar o consumidor sobre a necessidade de usar alternativas menos prejudiciais ao meio ambiente para acondicionar e transportar suas compras. Pretendemos que os comerciantes estimulem essas alternativas, inclusive aconselhando aos consumidores para trazerem suas sacolas de casa e concedendo um desconto no valor das compras”, afirma Isabel.
A campanha tem a participação do Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Paraná (Sipcep), entre outras entidades.
O Sipcep, que disponibilizará, nas panificadoras, duas mil sacolas para serem trocadas pelos consumidores, há algum tempo mantém um projeto-piloto, distribuindo sacolas de algodão em 25 das 870 panificadoras de Curitiba.
Segundo seu presidente, Joaquim Cancela Gonçalves, o desafio é mudar o comportamento dos consumidores. “Noventa por cento dos clientes de panificadoras que usam as sacolas plásticas não precisariam fazê-lo”, afirma, acrescentando que os panificadores também precisam ser conscientizados da importância desta mudança de hábito. “Eles são agentes fundamentais para isto”.
Os supermercados já vem há algum tempo mobilizando esforços para minimizar problemas criados para o meio ambiente.
A Apras durante 2007 participou de diversas reuniões com o Ministério Público, Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Assembléia Legislativa.
Nessas, foram discutidas várias alternativas quanto ao uso e a destinação das sacolas plásticas. Uma das propostas foi a utilização das sacolas oxi-biodegradáveis. Diversas redes paranaenses arcaram com o aumento de custo decorrente ao uso da nova tecnologia e adotaram essas sacolas na busca de uma solução imediata para o problema dos aterros sanitários.
Várias redes já oferecem as sacolas retornáveis e os supermercados entraram de forma efetiva na campanha do “Pedágio Verde”. “Já aderimos às sacolas retornáveis e essa campanha vêm para fortalecer ainda mais a conscientização da sociedade,” conta Everton Muffato, presidente da Associação Paranaense de Supermercados.
Mais de 40% das sacolas plásticas distribuídas pelos supermercados no Estado são oxi-biodegradáveis, paralelamente às campanhas para a adoção das sacolas retornáveis.
Algumas das grandes redes locais aderiram à idéia e oferecem em suas lojas os dois tipos de sacolas – as retornáveis e as oxi-biodegradáveis. “Porém necessitamos de ações mais intensas para que o uso dessas sacolas apresentem efeito benéfico ao meio ambiente. É preciso uma ação mais específica do serviço público com as coletas seletivas”, diz Muffato, complementado por Isabel: “o fundamental é também termos a adesão da população. A participação de um número expressivo de pessoas fará com que campanhas como a nossa se multipliquem, com bons resultados a curto prazo”.
“Guerra” em todo o mundo
A cultura da plasticomania, que teve início em 1862, com a invenção do inglês Alexander Parkes, e que hoje atinge o número catastrófico de 500 bilhões de sacolas usadas por ano em todo o mundo, sofre atualmente alguns golpes significativos.
Em vários países europeus e asiáticos multiplicam-se campanhas pela diminuição do uso das sacolas plásticas e substituição por outras, menos agressivas à natureza, confeccionadas com material menos poluente.
Na China, por exemplo, o uso de sacolas plásticas foi proibido. Em Bangladesh também. No ano passado, São Francisco foi a primeira cidade dos EUA a abolir dos supermercados as sacolas que têm petróleo em sua composição.
No Brasil, os exemplos se multiplicam, desde Joinville, em Santa Catarina, a Maranguape, no Ceará, na tentativa de mudar o hábito da população que usa as sacolas plásticas, que demoram cerca de 200 anos para se decomporem na natureza.
A decomposição dos sacos plásticos libera gás carbônico e água. O excesso de gás carbônico é um dos fatores que mais estimulam o efeito estufa, segundo especialistas.
Uma quantidade considerável das 2,4 toneladas de lixo que são depositadas em aterros sanitários ou lixões da região metropolitana de Curitiba é de sacolas plásticas, usadas de forma indevida pela maioria das pessoas.
Ou elas estão nos lixões em seu processo secular e prejudicial de decomposição ou em poluindo rios, entupindo bueiros, espalhadas por logradouros públicos etc. com seus efeitos perniciosos ao ambiente.
(Paranashop, 06/02/08)

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