Temporada de fartura
06/02/2012
Cancelado prazo para abertura de propostas da nova ponte
06/02/2012

Ideias de outras cidades que podem servir para a Capital

Investimento de R$ 1,1 bilhão e quatro anos para a conclusão. É este o valor e o tempo de espera para a população de Florianópolis ver o tráfego da Ilha e do Continente desafogado com a quarta ponte. O prazo para a abertura das propostas do projeto foi suspenso na sexta-feira, o que já pode comprometer o andamento do cronograma. Uma outra proposta levantada foi o metrô de superfície. A ideia, que chegou a ser vista como uma opção pela prefeitura, foi descartada na última semana pelo secretário de Desenvolvimento Regional da Grande Florianópolis, Renato Hinnig. Estas medidas podem até resolver o problema de trânsito, mas a população não quer aguardar as soluções por muito mais tempo. Algumas ações, que não passam por siglas nem cifras bilionárias, podem diminuir os congestionamento na cidade e melhorar a mobilidade.O transporte público valorizado em Curitiba, a restrição de tráfego de caminhões em Belo Horizonte, o Catamarã em Porto Alegre e as ciclovias no Rio de Janeiro são exemplos que têm dado certo. O secretário de transportes do município, João Batista Nunes, foi questionado sobre a possibilidade de executar ideias semelhantes em Florianópolis. Só para uma, a resposta dele foi negativa.

(Por Julia Antunes, DC, 05/02/2012)

Pelo mar é bem melhor

A capital gaúcha esperou 30 anos para ter uma ligação hidroviária com a cidade de Guaíba – o trajeto que levava cerca de 1h30min por terra, é feito em 20 minutos. A falta de verba e a burocracia emperraram o projeto, que custou R$ 7 milhões, e exigiu a dragagem do local e a construção de estações e ancoradouros. Em dezembro de 2010, a então governadora Yeda Crusius assinou o contrato para concessão do serviço com a empresa vencedora da licitação. A ideia inicial era que a hidrovia funcionasse a partir de abril de 2011. O projeto saiu com meio ano de atraso, mas superou as expectativas. No primeiro mês de operação, a embarcação transportou 63,2 mil passageiros – número esperado para os seis primeiros meses. O preço da passagem é de R$ 6 de segunda a sexta-feira e de R$ 7 aos sábados, domingos e feriados. A empresa oferece 28 horários em dias de semana e 14 nos finais de semana.

É possível em Florianópolis?

Para o secretário, a opção só é viável se envolver toda a região metropolitana de Florianópolis. Para ser usado apenas entre Ilha e Continente, ele descarta, porque sairia caro para a população. Nunes ainda observa que o governo do Estado também precisa estar envolvido na execução do projeto.

(DC, 06/02/2012)

Prioridade para o ônibus

A cidade tem 2,2 mil ônibus, que atendem 12 municípios, com uma tarifa única de R$ 2,50. A capital paranaense apostou ainda no Bus Rapid Transit (BRT), com circulação em vias exclusivas. O responsável pelo setor de controle de tráfego do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano do município, José Álvaro Twardoski, observa que, para o BRT funcionar bem, o ideal é separá-lo com canaletas, e não com faixas, que nem sempre são respeitadas pelos motoristas de carro. Preparar a cidade para isso leva tempo, planejamento e obras. Ele acrescenta que para o trânsito fluir mais, o ônibus não pode circular no mesmo espaço do carro:

– O ônibus precisa ter uma faixa exclusiva, senão fica andando no mesmo ritmo dos carros.

Outra medida boa é o pagamento antecipado da passagem – antes de entrar no ônibus – o que tira a necessidade de cobrador.

É possível em Florianópolis?

O BRT é a grande aposta do secretário, que descarta o metrô de superfície, por ter impacto financeiro muito alto. Ele calcula que o ônibus rápido esteja funcionando na cidade em 2014. Em até 15 dias, deve ser revelada a empresa vencedora da licitação para executar o projeto. Sobre investimento do transporte público existente, ele argumenta que as melhorias têm sido feitas a cada ano.

(DC, 05/02/2012)

Estímulo às bicicletas

Em 2009, as ciclovias cariocas passaram a ser vistas como parte do trânsito. De acordo com o subsecretário municipal de Meio Ambiente, Altamirando Moraes, o carioca sempre usou muito a bicicleta para exercício físico. Foi preciso fazer com que elas fossem encaradas como um meio de transporte. Novas vias para bicicletas foram criadas, e as já existentes, remodeladas para que integrassem o transporte público. O investimento nestes últimos três anos foi de R$ 50 milhões, considerado baixo por Moraes.

– Em vez de a pessoa pegar um ônibus para chegar à estação de metrô, ela pedala até o metrô, deixa a bicicleta em bicicletários colocados na porta e dentro das estações e segue o caminho. As bicicletas substituem o transporte de curta e média distância.

A cidade tem 262 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e faixas compartilhadas, e espera chegar a 300 neste ano.

É possível em Florianópolis?

O secretário espera colocar pelo menos mais 50 quilômetros de ciclovia na cidade até o final deste ano. Hoje, são 40. Há ainda a proposta de implantar bicicletários. O aluguel de bicicletas também tem sido estudado. Para ele, usar bicicleta como meio de transporte e não opção de lazer e esporte passa por uma mudança cultural da população. Além disso, Nunes acredita que falta respeito por parte de motoristas de carro.

(DC, 05/02/2012)

Rodízio para os carros

São 15 anos de rodízio de placas na capital paulista. O medida foi adotada para melhorar o tráfego nas principais vias da cidade. Das 7h às 10h e das 17h às 20h, os veículos ficam proibidos de circular no anel viário. A restrição dos carros é feita de acordo o final das placas. Na segunda-feira, por exemplo, são as terminadas 1 e 2. Às terças, 3 e 4. Quem desobedecer e for flagrado, paga multa de R$ 85,13 e leva quatro pontos na carteira. Os motoristas portadores de deficiência não são obrigados a seguir o rodízio. Para isso, preenchem um formulário, que é enviado para a prefeitura. Também não precisam respeitar o rodízio carros de médicos, ambulâncias, policiamento, Correios, serviços públicos essenciais, guinchos, socorro mecânico de emergência, transporte de alimentos perecíveis, Corpo de Bombeiros e serviço funerário.

É possível em em Florianópolis?

O secretário não é defensor da ideia. De acordo com ele, levantamentos já mostraram que o sistema de rodízios elitizou ainda mais o trânsito paulistano. Para burlar a restrição, as pessoas com condições financeiras compram dois carros. Para o secretário, além de pensar em transporte público e ciclovias, também é preciso planejar calçadas, para que se crie o hábito de andar a pé.

(DC, 05/02/2012)

Restrição a caminhões

A restrição de caminhões a partir de cinco toneladas e de 6,5 metros ou mais foi colocada em prática na região central da Capital mineira. O gerente de coordenação de projetos de trânsito da BH Trans, José Ladeira, lembra que, em 2007, houve a primeira tentativa:

– Como foi uma imposição, não tivemos sucesso. Em 2009, começamos um levantamento de quais cargas eram transportadas para a região, e descobrimos que caminhões grandes eram usados sem necessidade. As mercadorias poderiam ser transportadas em veículos menores e com características urbanas.

A implementação das restrições começou em 2009 e terminou no final do ano passado. A medida custou cerca de R$ 500 mil, para a colocação de placas, avisos e material de divulgação.

É possível em Florianópolis?

O secretário conta que a prefeitura já chegou a redigir um decreto com restrições de tráfego de caminhões em alguns pontos da cidade. A ideia não foi para a frente porque sofre muita resistência de comerciantes e transportadoras. Ele garante que há vontade política, e que a medida não foi esquecida.
Os leitores também opinaram pelo Facebook sobre as melhores alternativas para resolver o problema do trânsito na Capital. Muitos acreditam que as soluções passam por transporte marítimo, mais qualidade no transporte público e ciclovias.
Fernando Bassani
Acredito que um transporte coletivo de qualidade, com ônibus bons, com bons horários (lembrando: para toda a Grande Florianópolis), cobradores e motoristas bem educados e bem treinados pode sim ajudar a diminuir os problemas de trânsito.
Andréia Olivia Marangoni
Ciclovias, melhorar o transporte coletivo, rodízio de veículos. Uma quarta ponte não vai aliviar nada se, dentro da Ilha, não tem como andar.
Fabiano Luiz Tristão
Multa para quem anda sozinho no carro e pedágios em locais onde o acesso poderia ser a pé ou de ônibus. Bicicleta é bacana, mas quem trabalha ir/vir não rola, além do sol forte e chuva inesperada.
Jeorge Renato Souza
Deve-se fazer um estudo sobre o motivo de tantas pessoas se dirigirem e saírem da ilha no mesmo horário. Depois buscar mudança de horários de funcionamento de alguns segmentos, como escolas, serviços públicos e comércio. Por fim, melhorar os horários de transporte urbano.
Paulo Abraão Schveitzer
Criar uma lei que multe quem utiliza os carros nas BRs com apenas um ocupante. Lei da carona, obrigando a andar com duas pessoas no mínimo, senão é multa. Aposto que o fluxo diminuiria pela metade.
Rodrigo e Vanessa
Travessia de balsa é barata, rápida e poderia ter muitos pontos de saída, já que a ilha é ladeada de mar.
Pompílio Geraldo Fidelis Neto
Parar de trazer órgãos públicos para a Ilha. Nos dias de feriadão específico para os mesmos, as pontes ficam tranquilas. Horários diferenciados. Ônibus integrados novamente, volta de mais horários e linhas que foram subtraídos na gestão Dário.
Jacqueline Motta
Transporte marítimo. Que absurdo não ter isso em uma Ilha como a nossa!
Patrick Breder
É preciso implementar o sistema de barcas. Morei 10 anos em Niterói e pegava todos os dias as barcas, fugindo do trânsito da Ponte Rio-Niterói.

(DC, 05/02/2012)

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