Sombra de árvores, pistas para caminhar, espaço para correr. As praças são opções de lazer e esporte que atravessam gerações e já foram, inclusive, eternizadas em músicas. Hoje, esses espaços de pausa à correria se mantêm, insistentes, em meio à proliferação de concreto em toda a cidade. Na porção continental de Florianópolis, são pelo menos 12 os locais com academia ao ar livre – por iniciativa da prefeitura ou por meio de convênios – e área verde, de acordo com a Secretaria Municipal do Continente. Alguns garantem a presença de moradores e visitantes de todas as faixas etárias. Outros, ainda exigem ajustes. Por isso, o Diário Catarinense percorreu algumas praças e fez um diagnóstico. Afinal, como estão as pracinhas neste lado da ponte? E o que vem sendo feito para se manter esses locais?
Jardim Atlântico
– Como está: entre todas as visitadas, o local é o que mais precisa de manutenção. Apesar da reportagem não ter encontrado ninguém na praça, tablados improvisados para manobras de skate denunciam que ela foi frequentada recentemente. No local, aparelhos para exercícios físicos estão quebrados. Também não houve manutenção recente da grama e brinquedos do parque infantil, como uma casinha de madeira, estão quebrados. A praça é equipada com pistas de skate, que estão pichadas. O próprio local da praça é desprivilegiado, beirando um córrego contaminado por esgoto. Não faltam, ainda, lixo espalhado próximo ao espaço.
– O que será feito: de acordo com a Secretaria Municipal do Continente, nos últimos meses, foram feitos investimentos em iluminação e calçadas no local. O responsável pela pasta, Deglaber Goulart, aponta que a prefeitura também reformou a academia de ginástica ao ar livre. Ele destaca como dificuldades para manter as praças a burocracia dos processos de licitação e o vandalismo.
Nossa Senhora de Fátima
– Como está: a praça tem, em boa conservação, bancos e parquinho para crianças. Os aparelhos para exercício físico ao ar livre são os mais disputados nas manhãs, durante a semana. Lindolfo da Rocha, aposentado, 66 anos, aprova a manutenção. Ele vem de bicicleta, de Barreiros, em São José. Há cinco anos, mantém a rotina para utilizar os aparelhos de exercício do local:
– Dizem que, se não se faz exercício, a gente enferruja. Trabalhei muito tempo em escritório, preciso tirar o atraso.
Jesy José Canto, 76 anos, está sempre passando pela praça para descansar ou “só ficar observando”. Ele diz que a limpeza do local melhorou nos últimos cinco anos. Para ele, o problema é quando chove muito, porque “alaga tudo”. Alguns pontos da praça também estão com as calçadas danificadas.
– O que será feito: a Secretaria Municipal do Continente anuncia o investimento de R$ 400 mil em parques e praças da porção continental ainda neste ano. De acordo com o secretário Deglaber Goulart, a Praça Nossa Senhora de Fátima deverá passar por uma reforma até o fim de fevereiro deste ano. Entre as medidas previstas estão pintura geral e obras para drenagem.
Do Canto, Adir Manoel da Cunha
– Como está: a praça, construída há pouco mais de um ano por mobilização da comunidade, fica cheia de crianças, principalmente no período de férias. Os pequenos se divertem na quadra, no parquinho e utilizam um espaço como pista para carrinho de controle remoto. A dona de casa Lilian Bittencourt, 71 anos, considera a manutenção exemplar. Há cerca de um ano, ela descobriu o espaço quando ia à missa. Gostou tanto que largou a academia para fazer exercícios físicos no local.
– Eu caminho, utilizo os aparelhos. Fazer exercício ao ar livre é bem melhor, o tempo passa mais rápido.
A praça é considerada uma referência pelos moradores, com grama bem aparada e boa manutenção das quadras. O único detalhe apontado por Lilian é a quantidade reduzida de árvores no local.
– O que será feito: o secretário Deglaber destaca que os locais são constantemente visitados pela secretaria. As sugestões ou reclamações podem ser feitas na Rua João Evangelista da Costa, nº 827.
Senador Renato Ramos da Silva
– Como está: na praça do Balneário do Estreito, a decoradora Cristiane Medeiros Moura, 35 anos, cansou de brincar de casinha.
– Tinha uma construção grande de madeira, eu trazia até loucinha para brincar – lembra ela.
Hoje, quem pede para ir à praça andar de bicicleta é o filho, Pedro, sete anos. Ele fica às voltas no espaço com muitas árvores até a mãe dizer que chega.
O aposentado Flávio Sousa, 55 anos, conta que a praça onde ele dá as pedaladas durante a semana, aos domingos, é o palco dos jogos de canastra e dominó.
Para ele, faltam alguns detalhes de manutenção. Um exemplo são as tabelas de basquete, que estão sem o aro, e o escorregador do parquinho, com uma tábua faltando. Quem frequenta a praça também reclama de falta de segurança.
– O que será feito: o secretário municipal do Continente Deglaber Goulart destaca que o local será contemplado pelos investimentos. Em relação à segurança, ele diz que a responsabilidade é da Polícia Militar, que tem um posto policial na praça. Um dos policiais que trabalha no posto informa que falta efetivo para ficar no posto e atender às ocorrências do local.
(DC, 13/01/2012)