Fatma desaprova manifestantes que desmontaram passarela no Sul da Ilha, em Florianópolis

A Fundação Estadual do Meio Ambiente (Fatma) desaprovou a ação dos manifestantes que desmontaram parte de uma passarela suspensa construída em Área de Preservação Permanente (APP), na praia do Campeche, durante uma manifestação no Sul da Ilha, em Florianópolis.

Na tarde de sábado, a comunidade protestou, com faixas e cartazes, contra as concessões das licenças ambientais para a construção do deck que liga um condomínio de alto padrão à praia. Durante o ato, os manifestantes retiraram parte da madeira do deck de 350 metros.

O acesso fica próximo ao local onde era o tradicional Bar do Chico, ponto de encontro da comunidade, demolido por não ter licença ambiental, em julho de 2010.

— Eles (condomínio) privatizaram a praia. Ninguém quer a passarela porque está em cima de APP. Se o bar do seo Chico, que era um ponto de encontro muito tradicional da comunidade, foi retirado, por que a passarela pode ficar? O próprio Essence já está em APP e é uma agressão ao ecossistema — afirmou Carmen Garcez, coordenadora do Instituto Sócio Ambiental Campeche.

A Fatma reafirmou que o trecho fora da área privada do condomínio é público e que a estrutura não deve interferir na vegetação de restinga.

Em nota, o órgão afirmou que o deck é a “solução mais adequada para promover a circulação e o acesso público à orla marítima, possibilitando melhorias da acessibilidade dos pedestres, bem como inibe o acesso fora do ponto determinado, evitando abertura de caminhos e trilhas sobre áreas com cobertura vegetal.”

(DC, 03/10/2011)