Área de lazer na Beira-Mar Continental
13/11/2007
Mutirão verde
13/11/2007

ArquitetosLevantamento feito por um grupo de arquitetos de Florianópolis mostra que há diversos bloqueios de acesso à orla na região de Coqueiros. Os bloqueios incluem desde a existência de muros próximos ao mar até construções de alto padrão. “Há exemplos gritantes que impedem o passeio público. Entre eles, muros avançando exageradamente sobre as pedras como se fossem propriedades particulares; canoas de pesca alojadas nas areias da praia, além de bares e trailers de lanches obstruindo passagens”, avalia o arquiteto Paulo Gobbi.

A análise, resultado de uma incursão realizada pela equipe, abrangeu 10 quilômetros de área, desde o Saco da Lama até o bairro Abraão. “Percorremos a pé toda a extensão da orla e fotografamos os locais mais críticos. A partir daí, chegamos à conclusão de que as maiores obras que a região de Coqueiros precisa são obras de conscientização”, diz Gobbi, lembrando que a grande aspiração da comunidade é transitar à beira-mar.

Entre as áreas que ocorrem o maior bloqueio estão a do Saco da Lama até a Praia do Rizzo; na ponta da Praia do Rizzo até a Praia da Saudade; do Bom Abrigo até o Abraão e da Praça do Fedoca até Itaguaçu (onde está localizada a AABB). Ele destaca também os obstáculos encontrados para observar a natureza, neste caso as pedras como a da Praia do Meio que está escondida por uma parada de ônibus e um equipamento de ginástica. “Temos que valorizar este patrimônio”, diz o arquiteto, sugerindo, por exemplo, a colocação de luz especial. Outra questão importante, aponta Gobbi, é o problema dos ranchos dos pescadores que, segundo ele, devem ser padronizados.

O estudo faz parte da 2ª Oficina de Desenho Urbano/ Resgate da Orla: Floripa de Frente Pro Mar, coordenada pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil em Santa Catarina (IAB/SC) e pela Ong FloripAmanhã em parceira a com Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea). Oito projetos arquitetônicos foram produzidos no encontro, sendo um voltado à área de Coqueiros.

“A equipe trabalhou uma proposta de revitalização e reurbanização da orla dos bairros Abraão, Bom Abrigo, Coqueiros e Itaguaçu, adotando os seguintes princípios: visuais livres, respeito à pesca artesanal, valorização das paisagens, privilégio para pedestres e ciclistas e ampliação dos acessos ao mar”, explica Beatriz Cardoso, representante de Coqueiros no Plano Diretor de Florianópolis. Decks, passeios e ciclovias, novas área de lazer, locais para prática de esporte, além de sugestões de re-alocação e instalação de mobiliário urbano como paradas de ônibus, bancos, bicicletários, iluminação pública, sanitários, escadas, rampas, trapiches e quiosques.

Foi ainda definido pelo grupo a criação de uma identidade única para a região, a retirada da poluição visual, o tombamento das pedras como patrimônio natural e a proibição de estacionamentos sobre as calçadas em frente às lojas.

EXPOSIÇÃO: De acordo com a presidente do IAB/SC, Cristina Piazza, os desenhos serão expostos em ambientes públicos para serem conhecidos pela população. Antes, porém, serão mostrados ao Núcleo Gestor do Plano Diretor

(Folha de Coqueiros, 12/11/2007)

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1 Comentário

  1. Valdenésio Mendes disse:

    Interessante o trabalho do grupo, pois retrata uma realidade que se extende à toda Ilha, de norte à sul, leste e oeste. Sou nativo nascido na Caieira da Barra do Sul, hoje morador do Bairro Morro das Pedras e para você terem idéia do que acontece nessas plagas sulinas, a praia do Morro das Pedras está praticamente privatizada num raio de mais de 1.5 km em função da construção vários condomínios e hotéis que foram construídos ao longo da orla,prevalecendo a idéia de que se pode fazer dos espaços públicos a extensão de minha casa e propriedade privada. Tudo isso à revelia das leis existentes e dos olhos do poder público que se fecham para grandes empreendimentos na Ilha. Quiçá o novo Plano Diretor possa dar um basta a essa aberrante situação.
    att,
    Valdenesio

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