Em sete anos, a cidade de Florianópolis terá esgotada sua capacidade de estocar lixo nos atuais aterros sanitários. Professora da Unisul propõe uma nova tecnologia, que não precisa de tanto espaço, para eliminar os resíduos urbanos
O plasma, o quarto estado da matéria, é, também, a solução mais avançada atualmente para dar uma destinação final ao lixo. Em sua forma térmica, possibilita que todo resíduo sólido seja totalmente inertizado e, além disso, reduzido a 3% de seu volume original.
“Essa tecnologia tem essas duas características especiais: diminui os resíduos e torna-os totalmente inertes, ou seja, inofensivo. Ideal para eliminação de materiais perigosos como baterias de celular, lodo galvânico entre outros”, ressalta a professora Anelise Leal Vieira Cubas, do Laboratório de Plasma do curso de Engenharia Ambiental da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul). Ali, em um protótipo, ela testou o processo com sucesso.
A tecnologia é conhecida, mas não popularizada. Isso significa que o processo não é propriamente uma descoberta recente, mas não há muitas pessoas capacitadas que a dominam. No Japão, já é uma solução bastante utilizada. No Brasil, a professora tem conhecimento de um outro grupo apenas que trabalha com plasma térmico, no IPT de São Paulo. Mas não sabe em que estágio está no momento.
O protótipo que ela desenvolveu chegou a resultados positivos, o que indica que está em condições de ser aplicado em grande escala. Para ela, seria uma boa solução para o país, uma vez que em agosto do ano passado o então presidente Lula sancionou a Política Nacional de Resíduos Sólidos que, dentre outras medidas, proíbe a criação de lixões em municípios brasileiros. E especialmente para Florianópolis, pois a previsão é que em sete anos a cidade terá esgotada sua capacidade de estocar lixo nos atuais aterros sanitários.
Além de todas essas vantagens, o pequeno volume residual é como uma larva de vulcão que, ao ser resfriado, fica vitrificado. Totalmente inerte, pode ser usado até na indústria cerâmica, como areia vitrificada, e em criativas peças de artesanato.
(DeOlhoNaIlha, 14/03/2011)
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