Os pescadores artesanais do Litoral catarinense nunca tiveram vida fácil. No início, quando as comunidades pesqueiras eram aldeias quase isoladas, havia abundância de peixes no mar, mas não era possível vendê-los a bom preço. A distância até os centros consumidores e a falta de refrigeradores para armazenar o produto favoreciam os atravessadores, que sempre jogavam para baixo.
Quando ganharam condições de enfrentar esses problemas, veio a concorrência desleal dos barcos industriais, que vão atrás dos cardumes, enquanto os pescadores artesanais precisam esperar que os animais se aproximem da praia para capturá-los.
“Se fosse viver só da pesca, morria de fome”, resume o pescador Ari José Martins, 70 anos, da praia do Campeche, em Florianópolis. Ainda sem resolver essas barreiras, os pescadores agora começam a sentir os primeiros efeitos de um novo inimigo: o aquecimento global. É difícil encontrar quem dependa mais da meteorologia do que os pescadores artesanais.
“Aqui no Campeche, quando sopra o vento Sul, é o mesmo que se o mar fosse uma fazenda com a porteira fechada: ninguém entra e ninguém sai”, exemplifica Martins, patrão (comandante) de um barco usado na pesca da tainha, atividade que também só é possível quando há a condições naturais bem precisas.
Dependentes daquilo que vem do mar, do céu e dos ventos, os pescadores experientes são conhecidos pela habilidade em prever as mudanças de tempo a partir das pistas da natureza.
Mas o pescador Ivo Silva, que também é presidente da Federação dos Pescadores Artesanais do Estado de Santa Catarina, garante que mesmo os homens mais intuitivos andam sendo pegos de surpresa. Motivo: as condições de tempo estão cada vez mais imprevisíveis.
O clima novo do planeta ameaça levar os peixes para mais longe da praia. Quem vive de lidar com o mar já percebe a falta de alguns peixes antes abundantes. Embora costumam atribuir o problema a mudanças no clima – que de fato, ainda são sutis. “Antes tinha muito peixe, porque não tinha tanto barco pescando, barco grande, a motor, que mata os peixes ainda lá fora. Agora muito cardume nem chega aqui”, prefere dizer o pescador Martins.
Raio X
Pesca artesanal em Santa Catarina
Colônias de Pescadores: 33
Pescadores: 42.136
Embarcações: 21.430
Tipos de embarcações: botes, baleeiras, canoas, batelões, caicos e bateiras.
Espécies capturadas: camarão, corvina, tainha, anchova, lula, abrótea*, bagre, papa-terra, pescada, espada e cação.
*Chamada de brota e conhecida como “bacalhau brasileiro”, é cada vez mais rara no litoral catarinense.
Safra da tainha (em toneladas):
2004 – 700
2005 – 650
2006 – 1,2 mil
2007 – 800 (previsão)
Ao lado da anchova (pico da pesca em setembro), a tainha é uma das espécies mais pescadas em Santa Catarina, mesmo presente na região apenas entre os meses de maio e julho (com pico em junho). Metade da safra é capturada na região de Florianópolis.
Fonte: Federação dos Pescadores de SC
(Carlito Costa, A Notícia, 05/08/2007)
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