Florianópolis investe em parque de inovação tecnológica para 400 empresas
No norte da ilha de Florianópolis, perto da agitada praia de Canasvieiras, uma área de 4,3 milhões de metros quadrados – o equivalente a cerca de 450 campos de futebol – começa a se transformar em um dos maiores parques de inovação da América Latina, unindo desenvolvimento tecnológico, socioambiental, esportivo e serviços especializados.
Batizado de Sapiens Parque, o projeto deve receber investimentos de R$ 2,4 bilhões até 2020. “A meta é termos 400 empresas instaladas”, conta o diretor executivo do projeto, José Eduardo Fiates. Em reportagem da BBC, o Sapiens foi apelidado de “Vale do Silício da América do Sul”.
O governo de Santa Catarina já aplicou R$ 9 milhões no projeto e o federal, R$ 2 milhões. O terreno, avaliado em R$ 230 milhões, pertencia à Companhia de Desenvolvimento de Santa Catarina (Codesc) e à estatal SC Parceria.
O Sapiens é fruto de um processo que começou em Florianópolis com a chegada da Universidade Federal de Santa Catarina, em 1960. Ganhou projeção em 1984, com a criação da Fundação Certi (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras), organização de pesquisa e desenvolvimento tecnológico sem fins lucrativos. Para superar as restrições para a instalação de grandes empreendimentos industriais na ilha, jovens talentos desenvolveram projetos em incubadoras. Delas, floresceram empresas e o primeiro parque tecnológico, o TecAlfa.
Em 2000, a Certi promoveu a análise de 300 projetos de complexos culturais, ambientais, industriais, tecnológicos e turísticos, desenvolvidos por 22 países, com forte impacto social. Entre as ideias avaliadas estavam o Vale do Silício, na Califórnia (EUA), e o Parque Daedock, em Seul (Coreia do Sul). “Queríamos algo relevante, com conceito multidisciplinar e sustentabilidade ambiental, econômica e social”, explica Fiates.
A revitalização em um antigo casarão às margens Avenida Luiz Boiteux Piazza, em 2007, deu início ao projeto. Uma das primeiras empresas a se instalar no local foi a Animaking Produções Cinematográficas, que saiu de São Paulo para produzir o primeiro longa-metragem em stop motion do País (mais informações abaixo).
Âncora. Uma das principais âncoras será o Centro de Referência em Farmacologia Pré-Clínica, que receberá R$ 8 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos, do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina. “Apenas neste centro serão de 60 a 80 pesquisadores”, disse José Batista Calixto, superintendente do centro que deve ser inaugurado em 2012.
“O Brasil vem perdendo competitividade e não participa de inovações”, afirma. Em 2009, a indústria de fármacos faturou US$ 16,8 bilhões no Brasil – mas menos de 25% coube às companhias nacionais. Na tentativa de reverter o quadro, o Sapiens investirá também em empresas incubadoras – serão 13 só no centro.
Outro destaque será o Instituto de Petróleo, Energia e Gás (Inpetro), parceria entre UFSC e Petrobras para pesquisas que promovam o desenvolvimento tecnológico brasileiro. Estão previstos laboratórios sustentáveis, além de poços secos para teste de técnicas de bombeamento e criação de sistemas de visão submarina para monitorar estruturas e reparar cascos de navios. O instituto, que deve entrar em funcionamento em 2011, empregará 300 pesquisadores. O Inpetro terá investimentos de R$ 32 milhões, feitos pela Petrobras.
Com o Sapiens, Florianópolis quer se fortalecer como uma capital de inovação, diz o secretário municipal de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Sustentável, Carlos Roberto de Rolt. “O trabalho de mais de 20 anos começa a aparecer para o mundo.” O entusiasmo não contagia só autoridades locais. A revista americana Newsweek seguiu o tom da BBC, ressaltando que Florianópolis tem ao menos um atrativo a mais: as praias.
(Evandro Fadel, O Estado de São Paulo, 28/11/2010)
Tecnologia atraiu empresa paulista de animação
Animaking buscou inovações tecnológicas necessárias para a produção do primeiro longa-metragem brasileiro em stop motion
Especializada em animação para cinema, a Animaking se instalou no Sapiens Parque em 2007. Deixou São Paulo atraída pelas inovações tecnológicas necessárias para realizar o primeiro longa-metragem brasileiro em stop motion (uma técnica de animação), com previsão de lançamento mundial em 2011 pela Fox. “Fomos convidados e o chamariz foi a tecnologia”, disse o sócio da empresa e diretor do filme Minhocas, Paolo Conti.
A aposta foi acertada. O primeiro problema, de solução cara em São Paulo, foi facilmente resolvido em Florianópolis: a criação de um software agregado a uma espécie de grua que pudesse fazer movimentos precisos e milimétricos da câmera para 24 fotos por segundo. “Dentro do ambiente de inovação encontrado aqui, a solução se tornou simples”, diz Conti. Se fosse importar a máquina, gastaria cerca de US$ 1 milhão, valor elevado para um orçamento de R$ 10 milhões.
O trabalho coube a Daniel Schreiner. “A simulação é feita no computador e deixamos tudo programado para o estúdio.” Agora, Schreiner trabalha em um projeto do Instituto Sapiência, também no parque, para criar um sistema computacional acionado por gestos e toques, a ser apresentado em dezembro.
Criar mil rostos para os 45 personagens a partir de uma matriz feita a mão foi possível pela convivência entre arte e indústria tecnológica no Sapiens. “Em São Paulo tentamos articular, mas não fomos bem recebidos. Lá, querem vender a máquina para outros fins. ”
A Sábia Experience Tecnologia também trabalha com arte e tecnologia aplicada a marketing, educação e entretenimento. “O ambiente daqui favorece a interação entre as empresas”, diz o diretor de gestão corporativa, Carlos Assuiti. “Não vemos o outro como concorrente, mas como parceiro.”
Importância. O setor de tecnologia é um dos que mais contribuem com impostos em Florianópolis. São 550 empresas de software e hardware na cidade, com faturamento anual de R$ 1,2 bilhão e geração de 5 mil empregos diretos. Responde por cerca de um terço do PIB estadual. Em 2009, contribuiu com R$ 9,7 milhões em Imposto Sobre Serviços, enquanto a atividade mais badalada, o turismo, rendeu R$ 3,3 milhões.
(O Estado de São Paulo, 28/11/2010)
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