SC busca nos Emirados referência em energia alternativa para construção

Os empresários que integram a missão da FIESC aos Emirados Árabes levarão para Santa Catarina exemplos de tecnologias verdes que poderão ser incorporadas nas construções do estado. Nesta quinta-feira (25), o grupo conheceu a obra do Masdar City, projeto de um bairro ecologicamente correto, que está sendo construído no Emirado de Abu Dhabi, a Capital dos Emirados Árabes Unidos. A visita marcou o encerramento da missão.

A comitiva conheceu o parque de geração de energia solar do empreendimento, composto por 87 mil placas fotovoltaicas que geram 10 megawatts. Para 2012, está previsto para entrar em operação mais um parque que deve gerar cerca de 100 megawatts. As instalações atuais do ambiente utilizam só 5% da energia produzida. O restante é vendido a Abu Dhabi.

O complexo, também conhecido como cidade sustentável, tem uma parte residencial onde moram cerca de 170 estudantes e pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), além de laboratórios, bibliotecas e salas comerciais.

Segundo o chefe de relações corporativas, marketing e comunicação do projeto, Khaled Al Dhaheri, que recebeu a delegação, a água do esgoto é enviada para uma estação de tratamento e depois usada para a irrigação dos numerosos jardins da capital, que alcança temperaturas de até 50 graus no verão e tem sol praticamente o ano todo.

Em 2017, está previsto o início da segunda fase do projeto, que, quando concluído, vai abrigar 40 mil pessoas.

“Conhecer a cidade sustentável foi uma experiência ímpar. As pesquisas que estão em andamento nos laboratórios do projeto nos dão a idéia do que teremos no futuro, disse a diretora da FIESC e líder da missão, Bárbara Paludo. Ela lembra que a construção civil no Brasil já está bastante adiantada em relação à eficiência energética dos edifícios, inclusive com normas já estabelecidas.

O diretor da Rambo Construção, Mário Luiz Rambo, que integra a missão, afirma que uma obra sustentável é aquela que gera o menor ônus para a sociedade quando o empreendimento estiver pronto para usar. Segundo ele, os edifícios verdes, além de serem eficientes no uso da água e da energia, geram redução da taxa de condomínio e do custo com a manutenção da construção durante sua vida útil, que é de 50 anos.

Rambo, que também participou da Big 5, a maior feira da construção civil do Oriente Médio, afirma que o evento permitiu o contato com o mercado mundial e deu condições para acompanhar as propostas de sustentabilidade de outros países. “Essa experiência vai nos ajudar a melhorar nossa performance e nossos resultados”, disse.

O Brasil foi um dos destaques do evento, com 15 empresas expositoras que apostaram na de diferenciação de produto para competir com concorrentes da China, Itália e Turquia. A catarinense Itagres, que participa há seis anos da feira, levou uma linha de produtos especial, similar às pedras de mármore, muito usadas nas construções do mercado árabe.

O gerente de exportação da empresa, Silvio Fernandes, disse que a Itagres está presente em todos os países árabes, mas os maiores compradores estão na Arábia Saudita. Para ele, as feiras são uma forma de melhorar a imagem da marca da empresa, além de ser um espaço para buscar novos clientes.

(Dâmi Cristina Radin, Sistema FIESC, 25/11/2010)