Da coluna de Estela Benetti (DC, 16/06/2007).
O crescimento de Florianópolis através de novas construções estaria praticamente no limite se forem consideradas as restrições em função das legislações sobre Mata Atlântica, Reserva da Biosfera e a Área de Preservação de Uso Limitado (APLs). Esta conclusão é do presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis (Sinduscon), Hélio Bairros, que defende um novo projeto de ocupação descentralizada.
Em função dessa difícil realidade, a entidade está trabalhando intensamente para colaborar na elaboração do novo plano diretor do município. A expectativa é que, até o final do ano, seja definido, pelo menos, o macrozoneamento, que indicará onde poderá haver construções.
Na opinião do Sinduscon, a solução para a Ilha continuar crescendo de forma equilibrada é a descentralização, bairros com vida própria, adensamentos populacionais (prédios verticais) em algumas regiões e um cinturão turístico.
– Estamos sugerindo que o Sapiens Parque seja instalado em toda a Ilha e não apenas numa área do Norte. Acreditamos que um equilíbrio na distribuição dos investimentos vai permitir melhor qualidade de vida e preservação ambiental – diz Bairros.
Cinturão turístico
Na avaliação do presidente do Sinduscon, Hélio Bairros, a Ilha de SC precisa de mais equipamentos turísticos, que formem um cinturão, para gerar empregos. Ele defende a construção de marinas e até de uma “ilha” de lazer na Baía Norte, em frente à Avenida Beira-Mar Norte.
Para o empresário, a descentralização dos investimentos permitirá às pessoas trabalhar perto de suas residências, como ocorre hoje com o Costão do Santinho, onde 74% dos trabalhadores no resort são da região e Jurerê Internacional.
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2 Comentários
Não sei se a idéia de se construir marinas na Avenida Beira-Mar Norte e proximidades realmente traria benefícios para a localidade. Sabemos que a Beira-Mar é a principal via de acesso da Ilha e o tráfego ali é intenso, sem contar que é um dos locais onde o adensamento urbano é maior, com uma grande verticalização. Seguindo as tendências, logo nos veremos com um tráfego cada vez mais intenso, já que Florianópolis é a capital que mais concentra automóveis por habitante. Portanto, as marinas poderão contribuir para os congestionamentos mais constantes, prejudicando a qualidade de vida dos moradores da dita avenida.
O problema da Av.Beira Mar é que ela concentra todo o tráfego para o norte da ilha, desde as praias mais procuradas, a Lagoa e a Universidade. Como diminuir o fluxo de veículos e pessoas neste sentido? Certamente a única solução será a de criar equipamentos de lazer que desmotivem os deslocamentos. Criar marinas seria ótimo para Floripa, mas na região do aterro da zona sul. Tornar a prainha Beira Mar balneável , “engordando” a faixa de areia, certamente deixaria muita gente feliz por não necessitar se deslocar até as praias para usufrir o que hoje é desprezado. E a hotelaria teria um grande empurrão. E o turismo aumentaria. E os vendedores de coisas boas ficariam radiantes. Afinal, se a área está saneada ( ou não? ) o que os administradores estão esperando?