Quatro cidades de Santa Catarina, todas no litoral, iniciaram 2025 entre as cinco do país com o maior preço médio de venda de imóveis residenciais. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Santa Catarina, o CAU/SC, participou de entrevista no Jornal da Manhã, Rádio Jovem Pan News Florianópolis, destacando os impactos para quem mora nessas cidades. Os dados são do Índice FipeZap, da Fundação de Pesquisas Econômicas (Fipe), e são referentes a dezembro. Balneário Camboriú se mantem no topo da lista. Itapema, Itajaí e Florianópolis são as cidades catarinenses com o metro quadrado mais caros no Brasil.
A pesquisa evidencia que a atração por imóveis em Santa Catarina acontece principalmente na área costeira do estado. Durante a entrevista sobre o impacto disso nas cidades, o Presidente do CAU/SC, Carlos Alberto Barbosa de Souza, explicou que a qualidade de vida, a quantidade de empregos e a possibilidade de investimentos, são os atrativos para esse aumento e o resultado positivo dessa expansão da construção civil. O aumento populacional do Estado confirma essa busca por essa qualidade de vida já conhecida por outros estados do Brasil.
Mas esta concentração geográfica cria uma pressão adicional sobre os preços, pois a oferta de terrenos é naturalmente limitada pela geografia. Com montanhas de um lado e o oceano do outro, as cidades litorâneas enfrentam restrições físicas para expansão, intensificando a competição por espaços disponíveis. “Mas também há um aspecto negativo, você faz com que parte dessa população não tenha moradias porque o metro quadrado fica caro e manter essas moradias, através de seus condomínios, também não é barato”, comentou durante a entrevista.
O grande desafio, parece ser equilibrar a crescente vinda de investimentos para região, fazendo com que, eles continuem acontecendo de forma a auxiliar a construção de habitação para toda população.
O Arquiteto e Urbanista esta preparado para auxiliar nesse momento em que é preciso repensar as cidades, já que com esse crescimento surgem desafios diversos. Durante a entrevista sobre o impacto causado nessas cidades específicas, um dos desafios destacados pelo presidente é a mobilidade urbana. Quanto mais concentra e eleva o tamanho dos edifícios e as vias seguem iguais, a mobilidade urbana vira um problema a ser resolvido. Também acontece o impacto em serviços como fornecimento de água, energia elétrica e o saneamento básico. “O arquiteto e urbanista tem várias soluções: projetos mais sustentáveis, projetos mais econômicos e também as revisões de planos diretores levando as soluções e encaminhamentos que ajudem a minimizar o impacto dessa elevação do preço das moradias”, comentou o Presidente.
Os gestores públicos e urbanistas precisam equilibrar o crescimento econômico com a sustentabilidade ambiental e a inclusão social. É necessário desenvolver estratégias que permitam o crescimento urbano inteligente, a diversificação do uso do solo, a melhoria da mobilidade urbana e a criação de espaços públicos de qualidade, tudo isso enquanto se busca garantir o acesso à moradia para todas as camadas da população.
Para enfrentar o desafio da moradia acessível, é crucial que os municípios catarinenses implementem programas robustos de incentivo à habitação de interesse social. Isso pode incluir parcerias público-privadas, concessão de benefícios fiscais para empreendimentos voltados à baixa renda, criação de fundos municipais de habitação e programas de aluguel social. Além disso, é importante que esses incentivos sejam acompanhados de políticas de integração urbana, garantindo que os empreendimentos de interesse social tenham acesso a serviços públicos, transporte e oportunidades de emprego.
Confirma a entrevista completa no vídeo publicado no nosso Instagram.
(CAU/SC, 20/01/2025)
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