Levantamento realizado recentemente pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com base em dados da União Internacional de Telecomunicações (UIT), mostrou que o Brasil está abaixo da média de letramento digital da América Latina, que é de 29,12%. No país, este percentual é de 24,4%, ao considerar habilidades digitais básicas, como saber mandar um anexo por e-mail. Já ao analisar habilidades intermediárias, como usar uma fórmula aritmética básica em uma planilha de Excel, o índice é de 11,31%. Este resultado ruim do país é um dos fatores que poderiam ser enfrentados para apoiar também a formação de talentos para o mercado de tecnologia.
Na Capital catarinense, o Floripa Mais Tec – programa de desenvolvimento profissional para o mercado de tecnologia que chega à segunda edição em 2023 e espera alcançar 30 mil pessoas – acaba de firmar parceria com a ONG Prototipando a Quebrada (PAQ) para promover cursos de letramento digital voltado para pessoas em situação de vulnerabilidade social, a partir de 14 anos, que tenham baixa familiaridade com computadores.
A iniciativa é da Prefeitura de Florianópolis, em parceria com SENAI/SC, SEBRAE e ACATE, e os cursos serão realizados presencialmente nas unidades do PAQ em Florianópolis, no Centro e no Saco Grande. As inscrições para a primeira turma podem ser feitas até o dia 10 de outubro, de forma gratuita, diretamente na página do Floripa Mais Tec, neste link. As aulas começam no dia 16 de outubro e seguem até dezembro. Serão duas turmas, à noite e aos sábados, para encaixar na agenda de quem trabalha em horário comercial.
Para Jeff Lima, CEO e fundador do PAQ, “a importância dessa iniciativa é, primeiro, ter a presença de um representante do terceiro setor atuando no programa, o que faz com que aumente a chance de chegar na ponta, em quem precisa. Outro ponto é que levar os primeiros passos de tecnologia para quem não possui letramento digital nos ajuda a levar nossa proposta para um grupo mais amplo, além dos jovens que já são beneficiados pelo PAQ. Essa parceria é muito importante, vai levar esse curso para cerca de 300 pessoas”.
Atualmente, o PAQ está rodando projetos de imersão e aceleração em Palhoça e em Florianópolis. “Neste ano, teremos impactado cerca de 100 jovens. Deste total, 30 já estão no mercado de trabalho. Queremos consolidar essa atuação dentro de Florianópolis e uma das ferramentas é estar junto com programas como o Floripa Mais Tec, para podermos fazer com que os centros de desenvolvimento de aprendizagem possam ter parceiros e cursos de qualidade”.
Nos próximos dois anos, apenas na Grande Florianópolis, mais de 18 mil vagas de emprego serão abertas por empresas de tecnologia. No Estado, a necessidade de profissionais deve ultrapassar a marca de 34 mil até 2025, de acordo com mapeamento de vagas lançado pela Associação Catarinense de Tecnologia (ACATE) no início deste ano.
“A gente só sonha em ser o que a gente conhece. O PAQ está aqui para mostrar a estes jovens o caminho para conquistar seu espaço no ambiente de tecnologia, proporcionando a eles um lugar de qualidade para estudar”, destaca Jeff. Além de educação, o PAQ também tem movimentado a economia da periferia da região: desde o início das atividades, já foram injetados indiretamente cerca de R$ 290 mil nas comunidades onde está inserido.
(SC Inova, 10/10/2023)