Observadores do Campeche

Praia de Florianópolis atrai amigos que gostam de passar o tempo de olho no movimento da areia

Sentados no topo das dunas, eles repetem o ritual dos pescadores encarregados de observar os cardumes de tainhas. A diferença é que, em vez de peixes, observam principalmente a areia, a vida dos moradores locais e a chegada dos turistas.

Jackson Rocha, Raphaela Desiderio e Aruana Vargas moram na Praia do Campeche, no Sul da Ilha, em Florianópolis. Eles costumam se reunir para observar o mar, olhar as ondas quebrando e ver os surfistas em manobras loucas.

– A cada dia a gente escolhe uma duna diferente e fica por aqui um pouco antes de descer para a aproveitar a praia – diz Jackson.

Os observadores do Campeche chamam a atenção para a necessidade de mais segurança na região durante todo o ano, para a beleza das cores do mar e para a importância de oferecer mais para o turista.

– Pode escrever aí na matéria que a gente está aproveitando os últimos dias de tranquilidade aqui no Campeche – brinca Raphaela.

Ontem, eles tiveram uma mostra de como deve ser a temporada na praia. Queda na temperatura, bandeiras vermelhas sinalizando mar perigoso, segunda-feira. Nada disso impediu que o Campeche começasse a semana cheio de gente. As ondas que quebravam mais no fundo em diagonal fizeram a alegria dos surfistas.

O dia bom para o surfe era resultado do mar mexido do fim de semana, que formou bancos de areia e fez as ondas quebrarem mais longe do que o habitual. Para melhorar, o vento da manhã deixou-as bem definidas. As pranchas tomaram a água, especialmente na área próxima ao acesso principal, a Avenida Pequeno Príncipe. O mar estava mais bravo. Mas a areia tinha mais amarelo, cor das camisetas dos salva-vidas, agora em maior número. Por ali circulavam cinco, além dos que ficam no postinho. É o verão se aproximando.

(DC, 15/12/2009)