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Com nova obra, Florianópolis pode sonhar mais alto sem se preocupar com energia

Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 29/09/2022)

Sistema que garante energia abundante e segura para a Ilha de Santa Catarina, a Interligação Elétrica Biguaçu foi inaugurada nesta quarta-feira pela multinacional Isa Cteep. O investimento chegou a R$ 440 milhões e foi concluído um ano antes. Segundo o presidente da companhia, Rui Chammas, essa obra será um divisor de águas para a economia de Florianópolis.

– Do ponto de vista operacional, a gente eliminou um gargalo que vai permitir a Florianópolis sonhar alto sem se preocupar com energia – explica Rui Chammas.

Além de executivos da companhia, participaram da inauguração o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, autoridades do setor energético estadual e nacional, e fornecedores do empreendimento.

Com essa obra, a Ilha passou a ter contingência tripla, isto é, três ligação com a rede básica nacional. Isso torna o sistema de oferta de energia bem mais seguro para a região.

A fragilidade do abastecimento de energia de Florianópolis foi percebida somente em outubro de 2003 quando um acidente na única linha de transmissão à Ilha, de média tensão, da Celesc, interrompeu a transmissão de energia devido a um acidente na manutenção.

Ela passa na área inferior da Ponte Colombo Salles, aquela de saída de Florianópolis. Depois disso, para ampliar a segurança, foi instalado um cabo submarino Sul ligado ao sistema nacional e, agora, entrou essa obra com mais dois cabos.

Conforme o empresário, com essa oferta mais segura, Florianópolis pode atrair investimentos de maior porte, como datacenters para a área de tecnologia e grandes equipamentos turísticos, entre outros.

– A previsão é de que até 2040, os datacenters tenham um consumo de 8% a 10% da energia global. E o objetivo desses prédios é sempre estarem próximos dos grandes centros de tecnologia e consumo. Eu não tenho dúvidas de que a fragilidade energética que existia pela baixa contingência na Ilha impedia que datacenters fossem instalados aqui – disse Rui Chammas.

De acordo com o diretor executivo de Projetos da companhia, Dayron Esteban Moreno, a Interligação Elétrica Biguaçu incluiu a ampliação da subestação de Biguaçu, no Continente. De lá, saíram duas linhas aéreas de transmissão de 12 quilômetros cada, até um ponto da estação de conversão.

A próxima etapa consistiu na troca desses cabos aéreo por cabos submarinos em trecho duplo de 13 quilômetros. Na sequência, foram trocados por cabos subterrâneos até a subestação de Ratones, no Norte da Ilha.

– O processo de licenciamento ambiental com o Instituto do Meio Ambiente (IMA/SC) foi extremamente exigente porque a obra teve trecho aéreo na floresta e trecho marítimo. Tivemos que construir a linha impactando o mínimo passível a mata. Fizemos torres com alturas maiores. E o lançamento dos cabos foi feito uma parte com drone e outra com helicóptero para diminuir o impacto na mata – revelou Dyron Moreno.

Conforme o diretor, essa obra é inédita na América Latina por ter três tipos de linhas de transmissão (aérea, marítima e subterrânea). Licitada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), foi orçada inicialmente em R$ 641 milhões. Custou quase R$ 200 mil a menos e dará uma receita anual de R$ 50 milhões.

Segundo Rui Chammas, como a obra foi ágil e antecipada, foi possível reduzir o custo ao sistema interligado nacional. A tarifa seria de R$ 90 milhões por ano, mas caiu para R$ 50 milhões. O investimento é totalmente privado, a concessão é por 30 anos e os brasileiros pagarão esse projeto na conta de luz, com custo quase imperceptível, comentou o presidente da Isa Cteep.

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