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Movimento intenso em Canasvieiras contrasta com recomendação do IMA

 

Apesar das recomendações do IMA (Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina) para evitar o banho de mar em função das fortes chuvas e os consequentes riscos à saúde, como a possibilidade de contrair doenças como virose e leptospirose, a praia de Canasvieiras, uma das mais populares de Florianópolis, ficou lotada neste fim de semana. Ontem, turistas e moradores aproveitaram o dia quente, mesmo com o mar escuro e a areia repleta de detritos trazidos pela correnteza.

Na praia do Norte da Ilha, a areia estava coberta por pedaços de madeira, galhos e outros restos carregados pelas chuvas. O mar estava com uma coloração escura, com muitas algas, mas, mesmo assim, cadeiras e guarda-sóis estavam espalhados próximos às áreas afetadas. O dia permaneceu nublado, mas abafado, o que atraiu um grande público.

Entre os frequentadores, a designer Júlia Pereira, 32, comentou sua decisão de visitar a praia. Natural de Porto Alegre e residente em Florianópolis há pouco tempo, ela disse que costuma pesquisar os locais próprios para banho. “Hoje decidi vir à praia porque para mim é renovar as energias. Se o sol abrir, pretendo entrar no mar. Por conta e risco”, afirmou Júlia.

Morgana Grohmann, 35, moradora do bairro Cachoeira do Bom Jesus, também estava na praia com amigos. Segundo ela, o grupo costuma consultar os relatórios de balneabilidade e, embora soubesse da recomendação de evitar o mar após chuvas intensas, decidiu entrar na água. “Estávamos com calor e ficamos na água até a altura da cintura, sem mergulhar”, explicou Morgana. Ela também contou que a praia estava ainda mais suja no sábado, e que ao caminhar pela orla precisou matar duas aranhas que encontrou pelo caminho.

A equipe da Comcap fazia a limpeza da areia, e Gabriel Barela, 57 anos, gerente de um restaurante local e morador de Canasvieiras, auxiliava os funcionários da empresa no trabalho. Argentino e residente na Ilha há oito anos, Barela desabafou sobre a falta de envolvimento dos frequentadores na preservação do ambiente. “Poucos moradores ajudam na limpeza da praia. Todos querem usufruir, dizem que a praia é pública, mas ninguém se preocupa em manter”, desabafou.

SOS Chuvas, do Grupo ND, divulga pontos de coleta de donativos

A fim de fazer a ajuda chegar aos atingidos, o SOS Chuvas, iniciativa do Grupo ND, divulga os pontos de arrecadação e apoio a quem mais precisa. As informações são coletadas por meio das prefeituras e, até o momento, Florianópolis e São José têm pontos de arrecadação.

Na Capital, quem coordena a coleta é a Fundação Somar, órgão voluntário da Prefeitura de Florianópolis, que está recebendo donativos. Os itens solicitados são: alimentos não perecíveis, produtos de higiene e limpeza, colchões e roupas de cama. As entregas começaram no sábado e podem ser feitas em três pontos.

Em São José, o Cati (Centro de Atenção à Terceira Idade), na avenida Beira-Mar, é o ponto de coleta para doação.

LOCAIS PARA ENTREGA DAS DOAÇÕES EM FLORIANÓPOLIS

Fundação Somar
Rua Padre Lourenço R. de Andrade, 180, Santo Antônio de Lisboa

Secretaria do Continente
Rua João Evangelista da Costa, 827, Jardim Atlântico

Clube Doze de Agosto
Avenida Hercílio Luz, 626, Centro

Relatórios de balneabilidade suspensos

O IMA anunciou, ainda na sexta-feira, a suspensão temporária das coletas de água para monitoramento da qualidade nos balneários entre os dias 20 e 24 de janeiro. O trabalho é executado pelo Corpo de Bombeiros Militar, mas não será feito porque o efetivo está direcionado a prestar auxílio à população atingida pelas fortes chuvas. O serviço voltará à normalidade na segunda-feira (27), assim como a emissão e a divulgação dos relatórios atualizados pelo Instituto.

O instituto reforçou a orientação de evitar banhos de mar até 48 horas após chuvas intensas, especialmente em locais próximos a desembocaduras de rios, tubulações e valas. “Com as ações coordenadas pelos órgãos governamentais previstas para a próxima semana, acreditamos na resposta bastante positiva com relação ao uso dos nossos municípios e balneários. Nesse momento é fundamental que todos mantenham a calma, cautela e cuidados com a higiene pessoal, alimentação e hidratação”, recomendou o gerente do Laboratório e Medições Ambientais do IMA, Marlon Daniel da Silva.

Atenção especial

O superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde, Fábio Gaudenzi, destacou a importância de monitorar sintomas após eventuais contatos com a água de enchentes. “Quem teve contato com a água, pelo período de 40 dias deve se automonitorar. Qualquer sintoma como febre, dor no corpo ou cansaço deve levar a uma busca por atendimento médico e informar sobre o contato com a água, pois há risco de desenvolver leptospirose.”

(ND, 20/01/2025)

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