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CASAN avalia dados de quatro anos de monitoramento da Lagoa da Conceição

Em conjunto com FLORAM, ARESC e IMA, a CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) discutiu nesta quinta-feira (23) dados obtidos em quatro anos de monitoramento da Lagoa da Conceição. Os resultados estão sistematizados em um relatório de 360 páginas e foram apresentados pela empresa Centro de Biologia Experimental OCEANUS, que executou a maior parte das coletas e análises.

O monitoramento foi solicitado à CASAN pela FLORAM, após o acidente na encosta de dunas da Lagoa de Evapoinfiltração em janeiro de 2021, quando foram registrados 422,3 milímetros de chuva, enquanto o esperado era de 138,6 milímetros.

Foram analisadas características físicas, químicas e microbiológicas de amostras de água salobra, de sedimento, da biota aquática (plâncton e bentos), além de toxicidade da água e sedimentos da Lagoa da Conceição. Entre os parâmetros monitorados mensalmente estão temperatura, oxigênio dissolvido, nitrogênio amoniacal, nitrito, nitrato, fósforo total, E. coli, clorofila a e Enterococcus, além das comunidades bentônica, fitoplanctônica e zooplanctônica (que representam o conjunto de organismos que vivem nos sistemas aquáticos).

“O monitoramento foi solicitado para avaliar se houve aporte de nutrientes na Lagoa da Conceição que pudesse favorecer processos de eutrofização e florações de microrganismos prejudiciais à saúde ambiental e humana. Os resultados indicam que a qualidade da água varia entre as diferentes regiões da lagoa, e o acidente não deve ser considerado responsável por essas alterações, uma vez que a água da lagoa já se renovou pelo menos quatro vezes nesse período. As condições observadas são influenciadas, principalmente, por fatores como o crescimento populacional e o descarte inadequado de esgoto”, avalia a gerente de Meio Ambiente da CASAN, Andreia Senna.

O monitoramento é uma das ações do Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas, desenvolvido pela CASAN na Lagoa da Conceição. A Companhia também construiu um muro verde de contenção às margens da Lagoa de Evapoinfiltração (LEI), providenciou a dragagem do fundo lamo-arenoso e contratou estudos geotécnicos, hidrológicos e hidráulicos para avaliar os taludes da LEI, definir os níveis operacionais de água nessa estrutura e obter garantias para estabilidade das dunas, seu monitoramento e conservação. “Importante também lembrar que depois do ocorrido, a CASAN fez diversos investimentos no Sistema de Esgotamento Sanitário da Lagoa, entre eles, a melhoria da Estação de Tratamento de Esgoto da Lagoa da Conceição, que passou a ter tratamento terciário, com um efluente de maior qualidade que vai para a Lagoa de Evapoinfiltração”, informa a engenheira Sanitarista.

Atualmente, a CASAN atua com empresa especializada na recuperação da vegetação de restinga e na elaboração de um Plano de Segurança de Barragem para a região do entorno da Lagoa de Evapoinfiltração. O investimento nas diversas ações já executadas, e em andamento, chegam a R$ 27 milhões.

SAIBA MAIS

Resultados do monitoramento da qualidade da água e sedimento da Lagoa da Conceição e LEI (Florianópolis/SC)

Oxigênio dissolvido: foram registradas 10% das amostras de água superficial e 16% das amostras de fundo em desacordo com o valor mínimo preconizado na Resolução CONAMA 357/2005.

Além disso, no período pós deflúvio foram registrados os maiores valores de oxigênio dissolvido. O oxigênio dissolvido é vital para a preservação da vida aquática, já que vários organismos (ex: peixes) precisam de oxigênio para respirar.

pH: 22% das amostras superficiais e 20% de fundo ultrapassaram os limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/2005.

Carbono orgânico total em águas salobras: 67% das amostras de superfície e 63% amostras de fundo com concentrações acima do limite estabelecido. A região sul apresentou maior valor médio, seguida da região norte e central (níveis altos podem indicar a presença de contaminantes orgânicos, que podem ser prejudiciais à saúde humana e ao meio ambiente).

Clorofila a: não foram registradas variações consideráveis ao longo dos trimestres estudados. As concentrações registradas para clorofila a neste monitoramento indicam uma diminuição considerável deste parâmetro em relação aos registros apresentados na literatura. (concentração dessa substância é indicadora do estado fisiológico do fitoplâncton e na avaliação do grau de eutrofização de um ambiente aquático)

E. coli e Enterococcus: para parâmetro E. coli, foram observadas maiores concentrações na região sul, seguida da região norte e central. Já para Enterococcus, foi observada baixa concentração durante todo o monitoramento, com exceção do mês de agosto nas estações amostrais D5 (região central) e G1 (região norte).

Comunidades bentônica e zooplanctônica: não apresentaram um padrão de distribuição temporal e espacial, sendo observada oscilação dos valores de riqueza e densidade ao longo de todo o monitoramento, não tendo uma relação direta com possíveis consequências do deflúvio da LEI. Contudo, ambas as comunidades se mostraram mais impactadas pelos períodos de alta temporada na região estudada (verão), que combinam aumento populacional e de vazão de chuvas, levando a um maior aporte efluentes na Lagoa.

(CASAN, 23/01/2025)

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