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Grande Florianópolis ganha com o contorno; faltam soluções ao Sul e ao Norte da BR-101

Da Coluna de Estela Benetti (NSC, 09/08/2024)

Num país sem planejamento estratégico para a logística rodoviária, foi necessário esperar mais de 12 anos para construir um contorno duplicado de 50 quilômetros na principal rodovia da Região Sul, a BR-101, na Grande Florianópolis. Agora que a região terá ganhos com um trânsito mais desafogado, essa mesma “artéria” viária enfrenta dois bloqueios: um eventual no Sul, no Morro dos Cavalos, quando ocorre acidente ou chuva; e um engarrafamento quase permanente na região de Itajaí onde a rodovia está saturada.

O que se espera com o novo contorno viário, que recebeu investimento de R$ 3,9 bilhões, recurso privado da concessionária Arteris Litoral Sul, é que a região urbanizada tenha menos tráfego de veículos. Assim, ocorrerão menos acidentes e engarrafamentos.

Para a economia, a nova via abre um leque de oportunidades, como melhores condições de logística para a instalação de empresas de todos os setores, em especial indústrias e unidades de comércio atacadista. Associações empresariais e prefeituras estudam projetos e setores para apoiar com vistas a novos investimentos.

Outras oportunidades que se abrem são para o setor imobiliário, para moradias. Ao melhorar o fluxo do trânsito, o contorno torna mais atrativos novos empreendimentos nos quais as pessoas podem residir, trabalhar e estudar na região. O contorno também pode ajudar o turismo de Santa Catarina, porque envolve uma das regiões mais turísticas do sul do país.

Mas a conclusão dessa obra acontece no momento em que passaram a acontecer, com mais frequência obstruções totais da BR-101 Sul no Morro dos Cavalos, também na Grande Florianópolis, afetando o tráfego do sul do Estado e do Rio Grande do Sul.

Após o fechamento da rodovia por seis dias em abril devido à queda de rochas, a solução apontada é um túnel, que seria uma obra privada também, projeto superior a R$ 2,5 bilhões, mas com demora para construção enquanto o problema é atual.

O ministério dos Transportes passou a conversar sobre esse projeto também com a Arteris Litoral Sul, considerando uma ampliação do tempo de contrato. Mas ainda não existe uma solução a ser executada.

Se no sul o problema e eventual, na parte norte da BR-101, o engarrafamento é permanente. Quem sai de Florianópolis para ir a Joinville, ao invés de duas horas e meia de tempo de viagem, normalmente demora quatro horas.

O quadrante norte-nordeste do Estado tem uma das economias mais dinâmicas da América Latina, com economia diversificada e pelo menos quatro portos que geram intenso movimento de cargas. No entanto, está sendo obrigado a enfrentar esses engarrafamentos diários.

A Federação das Indústrias de SC (Fiesc) tem defendido a construção de uma rodovia duplicada paralela com urgência. Mas nem o projeto foi feito ainda. Outro ponto importante é sobre o pagamento por quem usa as vias. Estudos da Fiesc apontam que somente cerca de 30% dos usuários da BR-101 pagam pedágio. Seria importante adotar o sistema de pagamento por quilômetro rodado, o free flow (fluxo livre), facilitando os investimentos e equilibrando custos para todos.

O que se espera é que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha visto engarrafamentos na região durante o voo de helicóptero entre São José e Itajaí. Assim, pode determinar que projetos sejam feitos mais rapidamente visando solução para o tráfego no norte de SC. A logística rodoviária precisa de planejamento de longo prazo, de 30 anos à frente. Não podemos seguir com investimentos para resolver problemas de 10 a 20 anos atrás.

 

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