Floripa Sustentável consegue apoio para tirar Plamus da gaveta

O Floripa Sustentável empossou 22 membros e três entidades, nesta segunda-feira (1º), no recém-criado conselho consultivo do movimento, em cerimônia no Majestic Palace Hotel, na Capital, para mais de 80 pessoas.

Além das posses, promoveu o painel “O futuro da mobilidade urbana na região metropolitana de Florianópolis”, com o coordenador de Urbanismo e Mobilidade do Floripa Sustentável, Cássio Taniguchi; o representante do Observatório de Mobilidade Urbana Sustentável da UFSC, Werner Kraus Júnior; e o superintendente da Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade, Sidnei Mina Machado.

Neste ano, o movimento elegeu duas prioridades: saneamento básico e mobilidade e, no evento, atendendo à entidade, o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, e o secretário de Estado do Planejamento, Edgard Usuy, se comprometeram a rever e revisar o engavetado Plamus (Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis).

No painel, Taniguchi e Kraus Júnior apresentaram as premissas do Plamus, abordaram os desafios da mobilidade na região e cobraram vontade política dos gestores públicos. O representante do governo estadual falou que a atual gestão tem se esforçado para amenizar os desafios de mobilidade na Grande Florianópolis.

Presidente do Floripa Sustentável, que abrange 44 entidades da comunidade catarinense, o empresário Roberto Costa frisou que, se nada for feito, a Capital e a região metropolitana vão parar muito em breve. “Não dá mais para fazer puxadinho. Precisamos de visão de futuro, de médio e longo prazos, e temos um instrumento para isso, o Plamus, desenvolvido em 2015, e colocado em alguma gaveta do Estado”, criticou Costa.

Além da adesão do Estado e da prefeitura da Capital, o movimento luta para que as prefeituras de São José, Palhoça e Biguaçu também implantem as diretrizes do Plamus, visando, por exemplo, a definitiva integração de modais e a valorização do transporte público em relação ao individual.

“Só assim teremos um futuro para desatar esse nó de mobilidade, que é bastante sério”, salientou Costa. O Floripa Sustentável aproveitará a eleição municipal de outubro para levar o pleito aos candidatos nas cidades da região. Para o presidente do movimento, é função da sociedade civil organizada provocar e cobrar soluções de médio e longo prazo.

Problema complexo, soluções inteligentes

Partindo da premissa de que ideias são construídas a partir de boas cabeças, o prefeito Topázio lembrou que o Floripa Sustentável tem profissionais gabaritados e experientes, debruçados sobre as questões de mobilidade há muitos anos, e capacidade para avançar.

“É um problema complexo e requer soluções inteligentes. Qualquer solução para mobilidade tem elevado grau de investimento, portanto nenhuma cidade sozinha resolve as questões de mobilidade da região. Se não juntarmos as cidades, escolhermos bem os investimentos, com um plano traçado, que envolva os governos federal e estadual e municípios, não vamos a lugar nenhum”, destacou.

O prefeito ressaltou que Florianópolis tem recebido obras em prol da mobilidade, como os binários da Carvoeira e Lagoa da Conceição, e que anunciará, em breve, com o governo do Estado, a terceira faixa na SC-401. “O governador tem determinação política de viabilizar essa obra e estamos nos ajustes finais para anunciar. Falta concluir os orçamentos e licitar”, afirmou. Na SC-404, no Itacorubi, a prefeitura também estuda implantar uma quarta faixa, até o início do morro da Lagoa.

A longo prazo, Topázio citou recurso junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em fase de aprovação, que contempla uma obra de quarta faixa da avenida Beira-Mar Norte.

Floripa Sustentável: novos empossados e apoiadores históricos

Em relação à posse no conselho consultivo do Floripa Sustentável, o presidente Roberto Costa citou que apoiadores históricos sempre contribuíram para o desenvolvimento da cidade, a exemplo do empresário Fernando Marcondes de Mattos, do Costão do Santinho Resort, e Antonio Koerich, das Lojas Koerich. A pretensão do movimento é reuni-los, três a quatro vezes por ano, para alinhar pautas e colher sugestões.

“O movimento é de articulação e convergência aos interesses da cidade, por isso, 44 entidades filiadas e essa participação do conselho será importante. São pessoas com folha de serviços importantes para a comunidade e que podem nos ajudar a pensar Florianópolis de maneira mais abrangente”, frisou.

Uma das fundadoras do movimento, Zena Becker, agora secretária municipal de Turismo, Cultura e Esporte, disse que sempre trabalhou por um ecossistema integrado, com iniciativa privada, poder público e sociedade civil, visando ao desenvolvimento sustentável.

“Criei outras entidades, mais segmentadas, e concluímos que precisavam se unir. Aí surgiu o Floripa Sustentável. Queremos que Florianópolis tenha uma sociedade civil organizada e somos modelo. Outras cidades nos procuraram para saber como o prefeito se relaciona com a sociedade civil e aqui é por meio da liderança do Floripa Sustentável”, sintetizou ela, lembrando que o movimento atuou e atua em pautas importantíssimas, como na elaboração e aprovação do Plano Diretor.

Como ficou o conselho consultivo do Floripa Sustentável:

Fundadores: Anita Pires, Carlos Berenhausen Leite, Fernando Marcondes de Mattos, José Eduardo Fiates, Roberto da Luz Costa, Vinícius Lummertz e Zena Prado Becker

Apoiadores históricos: Andrea Druck, Antonio Koerich, Daniel Dimas, Eduardo Antônio Sattamini, Ênio Andrade Branco, Fernando Marcondes de Mattos, Gilberto Vieira Filho, Moacir Antônio Marafon, Paulo Silveira, Rodrigo Cassol, Valério Gomes e Walter Silva Koerich

Ex-coordenadores: Daniel Leipnitz, Gerson Schmitt, Luiz Gonzaga Coelho, Luciano Pinheiro, Zena Prado Becker

Instituições: Fecomércio, Fiesc, Sebrae/SC

(ND, 01/07/2024)