Tribuna Livre: Debate Turismo de Florianópolis e aborda o livro Fritz Müller Desterro

Contando com duas temáticas, uma Tribuna Livre foi realizada na Câmara Municipal dos Vereadores de Florianópolis na tarde desta terça-feira (7). O Economista Marcelo Panosso Mendonça, Mestre em Controle de Gestão pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), em primeiro tempo, abordou sobre os efeitos do turismo nas finanças públicas do município.

No momento, Marcelo destacou que os números resultantes de turistas em Florianópolis foram calculados através da quantidade per capita de lixo coletado. “Em meus estudos como economista, percebi e trago hoje resultados, principalmente por estarmos em um município com vocação turística, para traçar, junto a isso, o que efetivamente um município arrecada em termos tributários. Mas conseguimos, podemos observar que fazendo um cálculo simples, conseguimos fazer uma estimativa de turistas efetivamente em função da quantidade per capita de lixo gerada”, alegou o Economista.

Marcelo afirmou que se faz necessárias políticas de MEI cada vez mais estruturadas, para que possam se desenvolver o setor de turismo de forma constante, além do monitoramento da arrecadação tributária em função de variáveis macro e microeconômicas. Destacou também que, para melhorias significantes no setor, investimentos na conservação, manutenção e recomposição ambiental (degradação no longo prazo e exaustão dos recursos naturais) são importantes para que se promova a preservação ambiental e se impeça o desgaste natural.

Também fez uso da palavra o autor do livro “Fritz Müller Desterro – Um Ser Humano e Sua Ciência” e historiador, Marcelo Vieira Nascimento, abordando sobre uma profunda pesquisa voltada à vida e obra do famoso cientista.

Devido a abatida Revolução de 1848, após trabalhar de 1849 a 1852 na Pomerânia Ocidental, o alemão Fritz Müller imigrou ao Brasil, estabelecendo-se com sua respectiva família na Colônia Blumenau. O cientista representa um dos naturalistas de destaque de sua época, sendo o primeiro a testar, em campo, as ideias Darwinianas de Charles Darwin, criador da Teoria da Evolução. Utilizando crustáceos marinhos como ferramentas de pesquisa, Fritz realizou estudos comparativos de embriologia, ontogenia, ecologia, fisiologia e morfologia, todos no litoral catarinense.

Com o objetivo de abordar sobre o naturalista de forma humanizada, não tratando-o somente como um cientista, Marcelo Vieira que sua obra foi separada em três partes e desenvolvida ao longo de cinco anos. “O livro foi desenvolvido ao longo de cinco anos. Eu fui atrás de fontes primárias, porque poucos documentos estavam à disposição. Mas, em todos os arquivos públicos de alguns municípios do Vale do Itajaí, como o arquivo público do estado de Santa Catarina, do município de Florianópolis e da Assembleia Legislativa e mais uma viagem de estudos na Alemanha, tive uma base para que eu pudesse compor o livro que se transformou em 3, com 41 capítulos. A ideia era abranger Fitz Müller desde o seu nascimento até sua morte, não apenas tratando de um cientista, mas sim de um ser humano, sobre ciência e arte, fazendo com que jovens e crianças possam ter motivos para ler uma obra como essa”, concluiu.

(CMF, 08/05/2024)