Sementes de alface, uma pequena planta aquática, uma bactéria marinha e um microcrustáceo de água doce estão entre os bioindicadores usados em um estudo direcionado a avaliar fontes de poluição da Lagoa da Conceição. Resultados foram apresentados no ciclo “Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação: a ciência e tecnologia a serviço do saneamento”, que acontece na CASAN (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento) até esta terça (19).
Além de avaliar amostras coletadas em diferentes pontos da Lagoa da Conceição e do Parque Estadual do Rio Vermelho, foram analisadas coletas obtidas em unidades da CASAN. Fizeram parte do estudo amostras obtidas na Estação de Tratamento de Esgotos da Barra da Lagoa, na ETE Lagoa da Conceição e na Lagoa de Evapoinfiltração (LEI), que recebe o efluente final do processo de depuração.
A pesquisa desenvolvida durante um ano indica que o efluente tratado no Sistema de Esgotamento Sanitário da Lagoa da Conceição não apresenta efeito toxicológico nos organismos-teste. Os resultados foram obtidos pela equipe do Laboratório de Toxicologia Ambiental (LABTOX), do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFSC.
O estudo está entre 20 projetos desenvolvidos em colaboração entre FAPESC, CASAN, UFSC e Fundação de Ensino e Engenharia de Santa Catarina (Feesc). O investimento nestas pesquisas, de aproximadamente R$ 4 milhões, é direcionado a grupos de pesquisa que estão analisando questões relacionadas à qualidade da água e do ecossistema da Lagoa da Conceição, contribuindo para sua gestão e conservação.
Os resultados demonstram que as águas da Lagoa de Evapoinfiltração também não apresentam toxicidade. O efeito observado em algumas amostras nas ETEs indica que esse fator está relacionado à presença de cloro residual nos efluentes. O cloro é usado na etapa final de desinfecção do esgoto.
“Ainda assim, as análises indicam que o cloro é rapidamente volatilizado e eventuais subprodutos não são formados ou não estão em concentrações preocupantes na Lagoa de Evapoinfiltração”, destaca o coordenador do estudo, professor da UFSC William Gerson Matias.
“Sabemos que os resultados são preliminares, mas trazem dados importantes sobre a eficiência dos sistemas de esgotamento sanitário da região, fundamentais para a recuperação ambiental desse cartão postal de Florianópolis e de Santa Catarina”, destaca o engenheiro da CASAN Felipe Góes, que está à frente da área de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Companhia.
SAIBA MAIS
Pesquisa: Avaliação toxicológica das possíveis fontes de poluição da Lagoa da Conceição : ETEs e valas de drenagem do Parque estadual do Rio Vermelho
Objetivos:
● Avaliar a toxicidade aguda e crônica de efluentes das duas Estações de Tratamento de Esgotos (ETEs) da CASAN situadas na bacia da Lagoa da Conceição;
● Avaliar a toxicidade aguda de amostras de água em pontos estratégicos da Lagoa da Conceição; e
● Determinar a toxicidade das águas drenadas do PAERVE para a Lagoa da Conceição.
SERVIÇO
CICLO DE PALESTRAS
Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação: a ciência e tecnologia a serviço do saneamento
Quando: 18 e19 de março
Local: Centro Integrado de Operação e Manutenção (CIOM) – Rua 15 de novembro, 230 – Balneário Estreito – Florianópolis/SC.
(CASAN, 18/03/2024)
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