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Joaquim Inácio Campos Nóbrega Júnior

Joaquim Inácio Campos Nóbrega JúniorArtigo de Joaquim Inácio Campos Nóbrega Júnior, presidente do Conselho Consultivo da FloripAmanhã

Grande parte da demanda por transporte público na capital é proveniente de pessoas que moram fora de Florianópolis mas aqui trabalham, utilizam serviços, fazem compras, frequentam escolas, e outras atividades. Assim sendo, o problema é metropolitano e a mobilidade deve ser tratada como um sistema metropolitano.

A população de Florianópolis tem aumentado continuamente, e este aumento tende a ser maior com o novo Plano Diretor, que estimula o adensamento urbano e, portanto, a oferta de imóveis para moradias, escritórios e comércio. Isto vai demandar mais serviços de trabalhadores, que em grande parte vai morar fora da cidade.

Por outro lado, a demanda por transporte público está diminuindo, ao passo que há um aumento contínuo da circulação de carros e motos, o que prejudica o fluxo de tráfego, fazendo com que os tempos de viagens seja maiores, com crescentes impactos econômicos, sociais, ambientais e de saúde, comprometendo o nível de qualidade de vida de todos.

Como a ampliação da infraestrutura rodoviária é muito limitada pelas características urbanas da capital, a saída é aumentar a velocidade de tráfego do transporte público e desestimular o transporte individual por carros e motos. Isto implica na necessidade de uma gestão compartilhada do sistema entre Governo do Estado e os municípios. Este compartilhamento deve ser estruturado e regulado de acordo com o Estatuto da Metrópole, instituído pela Lei Federal nº 13.089/2015.

O Governo do Estado de Santa Catarina, elaborou em 2014 o PLAMUS – Plano de Mobilidade Urbana Sustentável da Grande Florianópolis, mas até hoje ele não foi implementado. O PLAMUS prevê a adoção de um sistema metropolitano integrado, com uma estrutura tronco-alimentadora, com linhas troncais dotadas de BRTs (que alguns chamam de metrô de superfície), que são ônibus rápidos de grande capacidade, transitando em faixas exclusivas de tráfego. O sistema prevê a utilização de bilhetagem eletrônica e deverá ter tarifa única, que futuramente poderá ser zero. .

Como a mobilidade tende a piorar, não há tempo a perder, visto que qualquer solução adequada que se adote hoje, vai demorar anos para ser implementada e começar a gerar resultados.

(ND, 29/10/2023)

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