Deficiência no saneamento básico de Florianópolis é pauta da FloripAmanhã

Recentemente, a Associação FloripAmanhã criou um Grupo de Trabalho de Saneamento, específico para contribuir na busca de soluções eficientes e eficazes junto à Prefeitura, Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) e demais órgãos envolvidos.

Esse grupo levantou algumas questões de extrema importância e de grande preocupação, como o não cumprimento das metas previstas em contrato e a falta de capacidade de investimento por parte da Casan, conforme revisão do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico realizado em 2021.

Para obter respostas, acompanhar de perto o desenvolvimento das obras e garantir que os interesses da população sejam atendidos, a Associação FloripAmanhã enviou uma carta ao diretor-presidente da Casan, Laudelino de Bastos e Silva, solicitando mais informações sobre o plano de investimentos da empresa para a cidade e região nos próximos anos, tanto em relação à expansão da rede de esgoto, quanto no que se refere à captação, tratamento e distribuição de água potável. Além disso, a entidade solicita saber sobre os prazos para a execução das obras e sobre os recursos financeiros que serão disponibilizados para a realização desses investimentos.

“Como é de conhecimento público, a deficiência no saneamento básico em Florianópolis é um problema sério e que afeta diretamente a qualidade de vida da população. Além disso, a cidade é um importante destino turístico, o que aumenta ainda mais a necessidade de um sistema de saneamento eficiente e adequado. Isso motivou a FloripAmanhã a constituir um grupo de trabalho, formado por voluntários dispostos a dar sua parcela de contribuição na busca de soluções para essa questão. E como a  Casan é responsável pela prestação desse serviço na cidade, estamos solicitando essas informações, além de um canal direto de comunicação com a empresa para acompanhar de perto o andamento dos processos”, destaca Jaime de Souza, presidente da FloripAmanhã.

Entre as obras atrasadas estão a Estação de Tratamento de Esgoto dos Ingleses e do Campeche, que já deveriam ter sido entregues à população. 

Segundo o coordenador do Grupo de Trabalho de Saneamento, José Luiz Netto Menezes, há também uma preocupação com os eventos climáticos extremos, uma vez que estão cada vez mais frequentes, e com um possível apagão hídrico. “Há um déficit hídrico histórico desde 2008, constatado pelo Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico, e até agora a Casan não apresentou nenhum projeto de captação e depósito para a água de Florianópolis”, revela Menezes.

Outro ponto preocupante levantado pela FloripAmanhã, é que a Casan tem uma multa milionária junto aos órgãos ambientais federais da Unidade de Conservação, e isso deve ser levado em consideração, para que a população não venha a sofrer consequências pelo não cumprimento das metas previstas em contrato. “A Prefeitura deve tomar uma decisão urgente em relação a essa situação”, pontua o presidente da entidade, Jaime de Souza. 

A Associação FloripAmanhã é uma entidade signatária do Movimento Nacional ODS Santa Catarina.

Essa iniciativa voluntária, de caráter apartidário, plural e ecumênico, é voltada à promoção dos compromissos da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Composto por mais de 500 signatários e presente em 54 municípios, o movimento atua por uma sociedade inclusiva, ambientalmente sustentável e economicamente equilibrada. Várias ações desenvolvidas pela FloripAmanhã estão diretamente vinculadas aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.