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Rio do Brás agoniza, quer respirar

Foto: Facebook

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Artigo de José Luiz Sardá
Geógrafo e presidente do Instituto SOS Rio do Brás

O Instituto SOS Rio do Brás tem por finalidade promover a conscientização ambiental, conservação e preservação dos ecossistemas, em especial os rios e seus afluentes. Nosso objetivo é transformar o rio do Brás num projeto-piloto, ser referência na promoção de programas e projetos visando ao saneamento básico e à recuperação dos rios, no âmbito da capital dos catarinenses e Região Metropolitana de Florianópolis.

Situado numa área atendida por rede coletora de esgotamento sanitário e drenagem pluvial, o rio do Brás sofre há décadas com o despejo cloacal e resíduos químicos lançados irregularmente na rede de drenagem pluvial e também dos efluentes oriundos da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) Canasvieiras, que origina a poluição, a concentração de toneladas de plantas macrófitas, deixando considerável passivo ambiental.

Em 2018 a Prefeitura de Florianópolis fechou a barra do rio do Brás, por três anos transformou-se numa verdadeira lagoa de estabilização. O rio Papaquara, seus afluentes, canais e valas de drenagem viraram ambiente à proliferação do Aedes Aegypti, o mosquito da dengue. Durante dez meses alertávamos as autoridades e gestores públicos para que fosse feita a retirada das plantas macrófitas, para o Instituto SOS Rio do Brás executar experimento visando à oxigenação do rio.

O inevitável “estouro do Brás” aconteceu e poluiu as águas da baía de Canasvieiras até o Pontal da Daniela, que originou o norovírus causador do surto de diarreia na Capital, caso de saúde pública. Um fato recorrente da improbidade administrativa há décadas, protagonizados por sucessivas administrações de gestores públicos da Prefeitura de Florianópolis e da Casan (Companhia Catarinense de Água e Saneamento), concessionária do município na prestação de serviços de água e esgoto e na gestão do rio do Brás.

O Instituto SOS Rio do Brás pretende em breve instalar o equipamento Bio Injet, um projeto-piloto por três meses, que consiste na injeção de oxigênio dissolvido à recuperação da biota do rio. Após testado o experimento, pretendemos instalar em definitivo cerca de oito equipamentos em toda sua extensão, que ajudará na oxigenação e recuperação do passivo ambiental do rio e posteriormente aplicar este experimento em outros rios de Florianópolis.

(ND, 05/02/2023)

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